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Ícone do jazz, Herbie Hancock valoriza colegas de banda em show em SP

Gabriel Mestieri

Do UOL, em São Paulo

23/08/2013 02h48

Em apresentação quase impecável de pouco mais de duas horas nesta quinta-feira (22) em São Paulo, o pianista e compositor norte-americano Herbie Hancock tocou frases de suas canções mais consagradas, improvisou, e deu espaço para os três músicos da banda que o acompanha mostrarem que o show não era de um único artista.

Revezando-se entre um piano, um teclado e um keytar -- e dominando os três como se estivesse passeando pelo parque -- o ícone do jazz foi auxiliado pelos não menos talentosos Zakir Hussain (percussão), James Genus (baixo) e Vinnie Colaiuta (bateria). A apresentação foi realizada no Credicard Hall, na Zona Sul da capital paulista.

O show começou pontualmente às 22h, após apresentação competente, mas pouco empolgante da cantora Céu. Bem-humorado, o músico, que tem mais de 50 anos de carreira e já tocou com Miles Davis e Stevie Wonder, falou com o público várias vezes entre uma música e outra, e elogiou a cantora brasileira, que participou de seu último álbum "The Imagine Project": "ela é ótima".

Logo na segunda canção do show, Hancock e sua banda apresentaram uma versão mesclada de "Watermelon Man" e "Seventeen", que terminou lenta e baixinha, arrancando assobios e risadas do público.

Em seguida, utilizou um vocoder (instrumento que sintetiza a voz humana) para os vocais de "Come Running To Me". "Uso porque não sei cantar", brincou o pianista. A canção terminou, mas Hussain continuou num hipnotizante solo de percussão de cerca de 20 minutos. A banda, então, deixou Hancock sozinho para um belo e lento solo de piano.

Após a volta dos músicos e mais sequências de jazz, o norte-americano assumiu novamente o keytar para uma canção com pegada eletrônica e forte influência de hip hop. A apresentação foi encerrada com "Chameleon", do 12º álbum de Hancock, "Head Hunters".

Aos 73 anos, o norte-americano mostrou que continua hábil, competente e entrosado com os excelentes parceiros de banda, extraindo o máximo deles e de si.