Bandeira do Brasil em show do Sabbath na Argentina "foi um erro", diz Ozzy

Depois de passar por Chile e Argentina, o Black Sabbath chega ao Brasil para a terceira etapa sul-americana da turnê "Reunion". Sem o guitarrista Tony Iommi, que se sentiu mal, Ozzy Osbourne (vocal) e Geezer Butler (baixo) conversaram com a imprensa nesta terça-feira (8) no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro. A banda levará o show para Porto Alegre (quarta-feira, 9), São Paulo (11), Rio (13) e Belo Horizonte (15).

Uma das questões levantadas pelos jornalistas referia-se à polêmica causada por Ozzy ao se cobrir com uma bandeira do Brasil durante o show em La Plata, na Argentina. Ele chegou a ser vaiado, mas Geezer nem chegou a se dar conta do incidente. "Eu não lembro de nenhuma bandeira do Brasil. Lembro que alguém jogou uma bandeira do Peru no palco, disse ele. Mas Ozzy admitiu o engano. "Foi um acidente. A música não tem barreiras, mas um fã jogou a bandeira e eu a peguei. Foi um erro".

A ausência de Iommi, que está tratando um linfoma, também foi questionada, mas a organização do evento afirmou que não era nada grave e que o guitarrista apenas preferiu se poupar.

Turnê e álbum

Ozzy e Geezer mostraram-se entusiasmados com a nova turnê, que começou em abril na Nova Zelândia, e com o novo álbum, "13", o primeiro com Ozzy desde "Never Say Die!", de 1978. "Já fiz muitas turnês com o Black Sabbath, mas nesta, especialmente, nós estamos muito felizes porque incluímos músicas novas", disse o vocalista. "Sempre tocamos os velhos clássicos --"War Pigs", "Iron Man", "Paranoid", "N.I.B."--, só que desta vez incluímos três ou quatro excelentes músicas novas, que nos dão muito prazer tocar", completou Geezer.

"A recepção em toda a América do Sul tem sido inacreditável. Estamos muito felizes e acreditamos que no Brasil não vai ser diferente", afirmou Ozzy, que, no entanto, não faz promessas sobre voltar ao país em breve. "Não quero fazer promessas, porque tudo depende da saúde do Tony. Ele está fazendo uma série de exames e depende dos resultados".

Lançado em junho, "13" mantém-se em primeiro lugar na lista de mais vendidos em 51 países. "Estamos muito entusiasmados com a resposta do público com o álbum", disse Ozzy.

Sobre a elaboração do disco, o vocalista voltou a dizer que a maior diferença foi a ausência de drogas. "Nos discos anteriores, estávamos sempre drogados, e agora não. No novo disco, todos tiveram espaço para participar das composições e arranjos. Gravamos muito em sessões ao vivo, com todo mundo tocando junto, como nos três primeiros álbuns, e sem muitos recursos de modernas tecnologias".

Carreira
Geezer também comentou a mudança no estilo de vida do grupo depois de mais de 40 anos de estrada. "Antes nós éramos jovens e vivíamos no estilo 'sexo, drogas e rock and roll'. Hoje em dia, a gente toma uma xícara de chá ou uma Coca-Cola e volta para o quarto do hotel".

Questionado sobre o melhor e o pior desses mais de 40 anos na música, Ozzy respondeu: "Minha melhor experiência foi conhecer o LSD, e a pior foi experimentar". "O mesmo", concordou Geezer.

Os jornalistas também aproveitaram a presença dos músicos veteranos para pedir que fizessem projeções sobre o rock. "Por anos nós ouvimos sobre o o fim do rock e do heavy metal. No entanto, tudo continua. Sempre haverá fãs, e, enquanto eles existirem, haverá rock", cravou Ozzy.

Turnê foca nos 4 primeiros discos

Como não poderia deixar de ser, o grosso do repertório na Argentina seguiu o setlist da "13 Tour", calcado nos clássicos da fase Ozzy, sobretudo nos quatro primeiros discos, lançados entre 1970 e 1972: "Black Sabbath" (a faixa-título, “Behind the Wall of Sleep” e “N.I.B.”), “Paranoid” (“War Pigs”, “Fairies Wear Boots”, “Rat Salad”, “Iron Man” e a faixa-título), "Master of Reality" (“Into the Void” e “Children of the Grave”) e “Black Sabbath Vol 4” (“Under the Sun/Every Day Comes and Goes” e “Snowblind”).

Além de “Dirty Woman”, de “Technical Ecstasy”, de 1976, outras três faixas do álbum mais recente, “13”, lançado em junho, devem ser executadas: "End of the Beginning", "Age of Reason" e "God Is Dead?".

O Black Sabbath já esteve duas vezes no Brasil: em 1992, com Ronnie James Dio nos vocais, e em 1994, com Tony Martin. Em 2009, retornou ao país sob o nome Heaven & Hell, projeto voltado à fase do finado Dio.

Veja o setlist base dos shows mais recentes do Black Sabbath.

1. "War Pigs"
2.  "Into the Void"
3.  "Under the Sun/ Every Day Comes and Goes"
4.  "Snowblind"
5.  "Age of Reason"
6.  "Black Sabbath"
7.  "Behind the Wall of Sleep"
8.  "N.I.B."
9.  "End of the Beginning"
10.  "Fairies Wear Boots"
11. "Rat Salad"
12. "Iron Man"
13. "God Is Dead?"
14. "Dirty Women"
15. "Children of the Grave"

bis

16. "Paranoid"