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Red Hot Chili Peppers comanda show com predomínio de hits recentes em SP

Patrícia Colombo

Do UOL, em São Paulo

08/11/2013 07h17

Seguindo o formato de setlist dos últimos anos ao priorizar hits da fase que sucede o lançamento do álbum “Californication” (1999), o Red Hot Chili Peppers se apresentou na noite desta quinta-feira (7), na Arena Anhembi. A banda está excursionando pelo país com a turnê do décimo álbum “I’m with You” (2011) – lançando sem a participação do guitarrista John Frusciante, que deixou o grupo em 2009, sendo substituído nas seis cordas por Josh Klinghoffer.

Há tempos a banda comandada pelo vocalista Anthony Kiedis tem optado por dar preferência às canções mais recentes nos repertórios dos shows, deixando pouco espaço para faixas de trabalhos de décadas atrás, como “Freaky Styley“ (1985), “The Uplift Mofo Party Plan” (1987) e o incrível “Blood Sugar Sex Magik” (1991) – álbuns nos quais o peso e o groove do funk rock tão característico do Chilli Peppers davam o tom.

Mas isso não pareceu incomodar o público presente no Anhembi, pelo contrário. A partir de “Californication”, e ao longo dos anos 2000, a banda ganhou uma nova geração de adoradores ao lançar trabalhos com abordagem mais pop se comparado ao seu passado. Assim, músicas do recente álbum (como "The Adventures of Rain Dance Maggie" e "Factory of Faith"), do disco “By the Way”, de 2002 (como a faixa-título e "Can't Stop"), e do álbum “Stadium Arcadium”, de 2006 (como “Dani California” e “Snow (Hey Oh)"), representaram alguns dos pontos mais altos da noite em termos de resposta dos fãs. Some ainda à lista canções do próprio “Californication”, como a faixa-título, “Otherside”, “Around the World” e “I Like Dirt”.

“Under the Bridge” e “Give it Away”, ambas do “Blood Sugar Sex Magik”, marcam sempre presença no repertório e são garantia de recepção positiva devido ao aumento de sua popularidade ao longo dos anos, mas a surpresa do setlist ficou por conta de “If You Have to Ask”, do mesmo álbum (porém, pouco correspondida se comparada às demais).

Quanto à postura da banda no palco, é perceptível como o vigor do Chili Peppers ao vivo se concentra, em especial, em dois dos integrantes: Flea, sempre intenso, divertido, performático e com domínio completo do baixo que carrega consigo, e o baterista Chad Smith, que entre pauladas na caixa e pratos, arremessava suas baquetas ao público com a facilidade conhecida por Silvio Santos em distribuir dinheiro à plateia – não à toa ambos comandam os instrumentos que conduzem o funk, a já citada maior referência sonora do grupo.

A noite ainda contou com destaque para o percussionista brasileiro Mauro Refosco, que há tempos excursiona com o Red Hot Chili Peppers e que divide o Atoms for Peace com Flea, Thom Yorke e com Nigel Godrich. “Somos muito sortudos por poder ter o Mauro conosco”, disse o baixista em certo momento. No que pode ser considerado um ponto negativo, apresentação contou ainda com diversas jams entre os integrantes. As sessões de improviso contribuíram em parte para certa quebra de ritmo. Se a banda, que tem um repertório rico de 30 anos de carreira, opta por uma apresentação com 1h40 de duração, nada mais justo que as “enrolações” sejam retiradas do roteiro.

Yeah Yeah Yeahs

Em turnê no Brasil para a divulgação do álbum “Mosquito”, lançado neste ano, pode-se dizer que definitivamente o Yeah Yeah Yeahs estava no lugar errado ao subir ao palco na Arena Anhembi na noite desta quinta. Apresentando-se para uma plateia com pouquíssimos fãs, a banda alternativa liderada pela cheia de atitude Karen O fez ótimo show, mas pareceu aproveitá-lo praticamente sozinha. Nem mesmo hits como a linda “Maps” (do álbum de estreia “Fever to Tell”, de 2003) e a dançante “Heads Will Roll” (do disco “It's Blitz!”, de 2009) empolgaram o público, que parecia pouco ligar para quem estava ali em cima comandando o som - aguardando apenas a entrada do Red Hot Chili Peppers, cujo show teria início às 22h.

A apresentação do Yeah Yeah Yeahs começou às 20h e durou apenas pouco mais de 50 minutos. A vocalista, com um figurino vermelho com franjas e pedrarias (que lembrava algumas das peças usadas por Elvis Presley) e uma camiseta com a estampa de Michael Jackson, abriu o show com “Sacrilege" (do álbum “Mosquito”) e ainda incluiu no setlist faixas como “Zero”, “Soft Shock”, “Phenomena” e “Cheated Hearts”.

A banda se apresenta ainda neste sábado (9) no Rio de Janeiro, como parte da programação do Circuito Banco do Brasil.

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