"Há muita música boa vindo de quem não toca bem", diz Dave Matthews
A banda capitaneada pelo sul-africano Dave Matthews, atração principal do festival Summer Break neste fim de semana, não está mais no auge nem é queridinha da crítica. Seus discos, no entanto, repetem sempre uma rotina feliz: todos eles, desde “Before These Crowded Streets”, de 1998, alcançaram o primeiro lugar da parada da revista “Billboard”.
Questionado, o vocalista da Dave Matthews Band não sabe dizer se há um segredo. Afirma apenas que o fato pode ter a ver com a famosa abnegação de seus fãs, fiéis ao pop rock bem tocado do grupo, de melodias grudendas e pitadas de folk americano.
“Há vários tipos de instrumentistas hoje em dia. E há muita música boa vindo de quem não toca exatamente 'bem'. E é isso o que eu amo no rock. Acho que o importante é ter algo a dizer, algo que entre na sua orelha e seja ‘pegajoso’, e que faça as pessoas cantarem”, diz Dave ao UOL.
O grupo americano, que vem pela quinta vez ao Brasil, já encarou plateias tão díspares quanto a do finado Free Jazz (1998) e a do Rock in Rio (2001). Talvez por isso, ele tenha dúvidas sobre o que terá pela frente em São Paulo, no Campo de Marte, e no Rio de Janeiro, no Citibank Hall.
“Na verdade, nós nunca sabemos o que esperar. Sabemos que vamos tocar para um grande público. E, toda vez que tocamos no Brasil, temos uma experiência maravilhosa com a plateia. É um tipo de público muito apaixonante, com pensamento muito aberto.”
Famosa pelo som guiado pelo violão, com arranjos de metais e violionos, a banda costuma ser associada a paisagens calmas e aos bons momentos da vida. Tem John Mayer e Jason Mraz como admiradores declarados. Mas, para seu líder, nem tudo são praias.
“Acho que as coisas boas estão presentes em metade do que a gente faz. Na outra, abordamos exatamente o lado oposto. Nós tocamos com alegria, mas também falamos de preocupações, de dor, de amor malcompreendido”, relativiza.
Sobre o show, ele já adianta que não terá o mesmo roteiro do restante da turnê. O grupo costuma montar o repertório a partir do público de cada cidade, o que dá brecha a inúmeras surpresas. "Temos oito discos, muitas opções. Ainda não sei o que vamos tocar. Sempre mudamos o setlist para satisfazer as pessoas."
Já quanto ao sucessor do álbum “Away From The World”, de 2012, Dave conta apenas que ele será bem diferente dos predecessores. “Começamos a trabalhar em algumas músicas, que já vinhamos tocando. Não sei se será nosso melhor trabalho, mas iremos nos esforçar pra isso”, brinca. Ainda sem título, o novo álbum deve sair até o fim do ano que vem.
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