Beastie Boys entram com ação contra fabricante de briquedos que fez paródia

A banda Beastie Boys entrou com uma ação nesta terça-feira (10) contra a fabricante de brinquedos GoldieBlox, que em novembro parodiou a música “Girls” em um de seus anúncios, sem a permissão dos integrantes, publicou o site "Consequence of Sound".

A empresa já havia entrado com um processo preventivo contra os rappers, para continuar utilizando a faixa. Posteriomente, no entanto, a GoldieBlox retirou a música da propaganda.

Agora, Mike D e Ad-Rock, integrantes remanescentes do grupo —que veta suas músicas em peças publicitárias—, pedem os lucros provenientes do anúncio. Na nova ação, os advogados da banda afirmam que a empresa “agiu intencionalmente e vilmente com opressão, fraude e malícia contra os Beastie Boys." 

Recentemente, a GoldieBlox publicou uma carta aberta aos Beastie Boys, dando indícios de que desistiria do embate judicial.

"Nós não queremos brigar com vocês, nós te amamos e somos realmente grandes fãs", afirma a empresa. "Nossos corações afundaram na semana passada, quando seus advogados nos contactaram com ameaças que levamos muito a sério. Como uma pequena empresa, não tivemos escolha a não ser lutar por nós mesmos. Fizemos isso pois sinceramente esperávamos que pudéssemos chegar à uma solução pacífica."

O caso

A música “Girls” faz parte do primeiro álbum do trio, "Licensed to Ill", lançado em 1986, e conta com versos como “Garotas, para lavar os pratos / Garotas, para arrumar meu quarto / Garotas para lavar o banheiro”.

Com a letra da faixa alterada, a propaganda da GoldieBlox mostrava meninas cantando sobre construir espaçonaves e codificar softwares. Viral, a peça foi vista por 8 milhões de usuários no YouTube nas últimas semanas. A ideia da campanha era vender brinquedos relacionados à construção e engenharia também a meninas.

Os integrantes dos Beastie Boys afirmaram que são a favor da mensagem da propaganda, que é mostrar que mulheres podem desempenhar funções masculinas.

"A GoldieBlox criou a paródia especificamente para fazer referência à música dos Beastie Boys e para promover a meta de quebrar os estereótipos de gênero, incentivando jovens a se envolver em atividades que desafiam o seu intelecto, particularmente nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática ", diz a ação judicial movida pela fabricante.