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"Amores Roubados" transforma banda indie em sucesso repentino no Brasil

Do UOL, em São Paulo

16/01/2014 15h11

A banda britânica The xx já havia experimentado certa idolatria por parte dos fãs quando aportaram no Brasil pela primeira vez para shows no Rio de Janeiro e São Paulo em outubro passado. O alvoroço, que antes ficara restrito a um grupo mais indie, hoje se tornou popular.

Menos de três meses depois das apresentações, a canção “Angels”, que embala as desventuras amorosas dos personagens da série global “Amores Roubados”, chegou a 1° lugar das canções mais baixadas no iTunes Brasil, impulsionadas pelas cenas românticas e quentes entre Leandro (Cauã Reymond) e Antonia (Isis Valverde). “Angels” (ouça abaixo) tem brigado pelo topo com o hit “Hey Brother”, do popular DJ Avicii.

O segundo disco do The xx, "Coexist", lançado em 2012, abre com "Angels" e está em 3° lugar entre os mais vendidos, deixando para trás lançamento tradicionalmente populares, como o novo trabalho de Beyoncé e o mais recente registro ao vivo de Luan Santana. No YouTube, as canções suaves e românticas da banda também têm rendido mais cliques que o normal e figura entre os vídeos de música mais assistidos dos últimos dias.

Desde que a série estreou, no dia 6 de janeiro, as canções embaladas pela voz sussurrante da vocalista e guitarrista Romy Croft foi invadindo aos poucos a parada. “Intro”, outra canção da banda que aparece na série, também está entre as 10 músicas mais baixadas na Apple Store. Impulsionada pelo sucesso da série, outras canções da banda que não estão na trilha já aparecem entre as mais procuradas, como “Crystalized” e “Sunset”.


A série tem sido elogiada pelo enredo cativante, as atuações e a bela fotografia no Nordeste brasileiro. A trilha também vai além do The xx. “Plain Gold Ring”, uma balada de 1958, na voz de Nina Simone, apareceu em algumas cenas para a surpresa dos telespectadores. De resto, exemplares do cancioneiro nordestino são bem representados, de “Barcarola de São Francisco”, de Geraldo Azevedo, ao clássico brega “Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme”, na voz de Reginaldo Rossi.

Música independente e alternativa no horário nobre

Uma geração mais nova de noveleiros -- e o próprio público habitual que vem tendo contato com novidades com mais facilidade -- tem feito com que as trilhas sonoras de novelas e minisséries recebessem uma  nova roupagem.

Em reportagem feita pelo UOL com os produtores musicais de novelas da TV Globo, ficou provado que a novela ajuda a alavancar um artista. O fenômeno, claro, também funciona ao contrário. 

"Nada contra Roberto Carlos, muito pelo contrário. Mas é interessante pegar a geração de 20 anos, que escuta Jake Bugg, Vanguart, Silva. A gente tenta contemplar esse público, afinal é uma história mais jovem, de aventura. Hoje em dia tudo é mais acessível. Você já ouviu Pullovers? O som deles é muito bom, não é? Por que não usar? Só por que eles não são conhecidos?", questiona Eduardo Queiróz, dono da trilha da novela "Além do Horizonte", citando a banda paulistana que encerrou as atividades em 2010 sem nunca ter atingido um público mais amplo.