João Carlos Martins diz que seu legado é saber que a música venceu o crime
O maestro e pianista João Carlos Martins disse, nesta segunda-feira (17) em entrevista ao programa “Roda Viva”, que o seu legado a ser deixado é ter conquistado com a música clássica crianças e adolescentes presos na Fundação Casa.
“O legado que vou deixar é um garoto da Fundação Casa escrever em uma carta:‘Tio maestro, a música venceu o crime. Esse legado é muito mais importante do que tocar Bach, inclusive’”, disse ele, que ainda sonha em criar mil orquestras para 6700 crianças. Atualmente, o maestro já conseguiu consolidar 32 em todo o Brasil.
Na bancada estavam as jornalistas Fabíola Cidral e Luisa Vina Vila, técnico da seleção feminina de vôlei José Roberto Guimarães, maestro Júlio Medalha e Túlio Morão.
Martins é conhecido por sua história pessoal marcada por lutas e superações, decorrentes da perda do movimento de ambas as mãos depois de uma série de acidentes e complicações de saúde que o impediram de continuar a tocar piano. Atualmente, João Carlos Martins é regente da Orquestra Filarmônica Bachiana Sesi-SP.
O maestro explica que nunca quis transformar a sua história em marketing. De acordo com ele, a palavra superação significa a disciplina de um atleta e a alma de um poeta.
“O meu problema é mil vezes menor do que uma pessoa que perdeu a visão ou está tetraplégica. Talvez pela exposição na mídia, fiquei mais conhecido do que eu outros”, explicou ele, que implantou eletrodos no cérebro para restabelecer a coordenação entre o cérebro e os nervos da mão.
Há 11 anos, João Carlos despediu-se do piano para se tornar maestro. Mas, de acordo com ele, o instrumento está sempre presente em seus sonhos. “Eu sonho que estou tocando piano. Qual é a razão de eu ainda tocar piano?”, disse ele aos risos.
O regente falou ainda que a música clássica pode ainda cair no gosto popular. De acordo com ele, é necessário uma disseminação de grandes músicos. “Se todos os artistas de ponta fossem de encontro ao povo para mostrar a música clássica. Tenha certeza que a música clássica estaria em outro patamar”, explicou.
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