Sub Pop Festival tem Metz destruidor e Mudhoney sem muita empolgação
Quem foi ao Sub Pop Festival, que reuniu bandas do selo Sub Pop --responsável por lançar as bandas grunge de Seattle nos anos 1990-- na noite desta quinta-feira (15) no Audio Club, zona oeste de São Paulo, saiu de lá às 2h da manhã com os ouvidos zunindo. Nos três shows, das bandas Obits, Metz e Mudhoney, o volume do som estava bem alto, e os grupos não economizaram na barulheira das guitarras.
A primeira banda da noite foi a novaiorquina Obits, que foi formada em 2006 e tem três álbuns lançados, todos pela Sub Pop: "I Blame You" (2009), Moody, Standard and Poor" (2011) e "Bed and Bugs" (2013).
O grupo subiu ao palco pouco depois das 22h e fez uma apresentação competente. O local ainda não havia ficado lotado, mas estava bem mais cheio do que de costume para um show de abertura. Com uma mistura de surf-music e grunge e vocais gritados, o grupo prendeu a atenção e arrancou aplausos do público, mas não chegou a empolgar tanto. Talvez porque seus integrantes não se mexessem muito no palco.
Surpresa da noite
Após um breve intervalo depois do show do Obits, chegou a hora de o Metz se apresentar. Natural de Toronto, no Canadá, a banda surgiu em 2008 e lançou o seu único disco, homônimo, pela Sub Pop em 2012. No Audio, ela tocou para uma plateia já bem mais cheia e empolgou até demais.
Pode-se dizer que o Metz foi a grande surpresa da noite. Com um som sujo e pesado, também bem grunge, o "power trio" lembrava bastante o Nirvana. O guitarrista e vocalista, Alex Edkins, inclusive, tocava com uma guitarra Fender Jaguar, o mesmo modelo usado por Kurt Cobain. Extremamente barulhenta e descarregando altas doses de energia, a banda conquistou o público, que pulou bastante. Muitos subiram no palco para fazer "stage diving" (pular sobre a plateia). Quando o show terminou, no intervalo que antecedeu o Mudhoney, era geral o comentário de como a banda havia "detonado".
Mudhoney
Por volta da 0h20, chegou a vez de a principal atração da noite, o Mudhoney, se apresentar. Com 26 anos de estrada, a banda de Seattle, precursora do estilo grunge, abriu o set com "Slipping Away", seguida de "I Like it Small", ambas do último disco, "Vanishing Point", de 2013. O álbum, aliás, teve bastante espaço no set da noite. Mas o que o público queria mesmo eram os clássicos do grupo, o que ficou evidente na terceira música, "You Got It", do primeiro álbum, "Mudhoney" (1989). Nessa hora, os fãs enlouqueceram.
Em sua sexta passagem pelo Brasil, a banda, famosa por suas performances insanas e energéticas, porém, não parecia tão empolgada quanto em apresentações anteriores que fez no país. O show teve momentos bem agitados, intercalados por alguns meio parados.
Mas, apesar de já não estar se mexendo tanto no palco desta vez, o vocalista Mark Arm não decepcionou em seus berros. Seu vocal gritado saído das entranhas não falhou em nenhum momento.
Os grandes destaques do set foram mesmo as canções antigas, como "Suck You Dry", "Sweet Young Thing Ain't Sweet No More", "Touch Me I'm Sick" e "Judgement, Rage, Retribution and Thyme". No entanto, quando a banda fez uma pausa, antes de voltar para o bis, a sensação era de que ainda faltavam muitos clássicos. Isso, em parte, foi resolvido no bis, o momento mais energético da apresentação, quando o Mudhoney voltou com a destruidora "Here Comes Sickness". Nessa hora, os integrantes do grupo, principalmente Arm, pareceram ter "acordado".
Outro destaque do bis, que não pode faltar em nenhum show do Mudhoney, foi "In 'N Out of Grace". A apresentação foi encerrada com as punks "Hate the Police" (cover do Dicks) e "Fix Me" (cover do Black Flag) tocadas na sequência --com direito a uma fã subindo no palco e fazendo topless no stage diving.
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