Após seis anos, Jesus and Mary Chain volta ao Brasil com repertório variado
Sinônimo de melodia e guitarras distorcidas, a banda escocesa The Jesus and Mary Chain é o típico conto de fadas às avessas no rock. Sempre longe do sucesso comercial, sua história pode ser resumida em um dos velhos clichês da música: praticamente ninguém --nem na época-- ouviu, mas todos que ouviram montaram uma banda.
A banda liderada pelos irmãos Jim (vocal) e William Reid (guitarra) volta ao Brasil após seis anos para se apresentar em São Paulo, no Cultura Inglesa Festival, em um show gratuito no Memorial da América Latina, e no Rio, Vivo Open Air, que acontece na Marina da Glória. É a segunda passagem do Jesus pelo país desde sua reunião, em 2007.
Formado em 1984 em East Kilbride, na Escócia, o grupo é um dos mais influentes da geração pós-punk. São precursores de duas tendências da música pop: o indie e o shoegazing.
A aparente indiferença no palco, praticamente ignorando a reação da plateia, rendeu o inglório apelido de os “olhadores de sapatos” (“shoegazers”), em muito motivado pela timidez dos músicos em suas primeiras apresentações.
Convertida em estilo, a tendência reverberou com o lançamento do álbum “Psychocandy”, em 1985, um dos mais importantes álbuns do rock britânico na década.
Faixas como "Just Like Honey", "Never Understand" e “You Trip Me Up" trouxeram uma nova e barulhenta maneira fazer rock. Melodias assobiáveis, com jeito de anos 1960, ganhavam agora a companhia de microfonias e de distorções levadas às últimas consequências.
Embora não tenham entrado nas paradas, as músicas do álbum foram fonte de inspiração certa de quem decidiu optar por caminhos menos óbvios na segunda metade dos anos 1980. My Bloody Valentine, Ride, Dinosaur Jr. e Blur estão entre seus discípulos mais devotos.
Apesar do culto e da importância para a cena alternativa, o Jesus and Mary Chain nunca se enclausurou na própria mitologia. Exemplo disso são seus discos posteriores, que jamais emularam a fórmula da estreia. Os integrantes preferiram enveredar por outros territórios, como o das canções pop e das sonoridades eletrônicas e, posteriormente, também acústicas.
O próprio repertório que o grupo trará ao Brasil reflete parte dessa desconstrução. Das 16 ou 17 músicas que serão executadas, apenas três ou quatro devem ser de seu trabalho mais famoso. Álbuns como “Darklands” (1987), “Automatic” (1989) e “Honey's Dead” (1992) também serão representados em peso.
Veja abaixo o setlist do show da Argentina, na última quarta, que abriu a turnê sul-americana.
Snakedriver
Far Gone and Out
Between Planets
Blues From a Gun
Teenage Lust
Sidewalking
All Things Must Pass
Some Candy Talking
Happy When It Rains
Halfway to Crazy
Just Like Honey
Bis
The Hardest Walk
Taste of Cindy
Reverence
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