Plácido Domingo fará show com Paula Fernandes e verá jogo no Maracanã
A cantora Paula Fernandes e a Orquestra Sinfônica Brasileira se apresentarão com o tenor espanhol Plácido Domingo em seu único concerto no Rio de Janeiro, no dia 11 de julho, que será realizado no HSBC Arena, em clima de final da Copa do Mundo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (3), no Rio, pelo próprio tenor. Ele estará acompanhado também do pianista chinês Lang Lang, da soprano Ana Maria Martinez, do Coro Ópera Brasil e do regente Eugene Kohn.
Plácido Domingo, que se diz apaixonado por futebol, escolheu a dedo a data do concerto, apenas dois dias antes da grande final da Copa do Mundo, em uma sexta-feira sem jogo. "A minha história conectada com o Mundial de futebol data de 1990, na ocasião da final na Itália. Depois [cantei nas finais da Copa] em 1994, em 1998 e em 2002, quando fiz um concerto em Yokohama", disse ele. Além das finais citadas, ele cantou em 2006, na Alemanha.
O cantor veio ao Brasil uma semana antes do show para assistir ao jogo entre França e Alemanha no Maracanã, nesta sexta-feira (4). Será a primeira vez que ele assistirá a um jogo no estádio do Rio de Janeiro.
Repertório eclético
Domingo volta ao Rio de Janeiro quase 20 anos depois de sua última apresentação na cidade e promete um show eclético, em que cantará árias de óperas e zarzuelas, temas de musicais e peças populares. "Quero que o público venha ao concerto para se surpreender e ficar muito contente. Meu mundo é a ópera, eu vivo com os personagens operísticos e com grandes compositores de diferentes estilos. Nos meus concertos sempre faço uma combinação de ópera, música espanhola, comédia musical americana, opereta e canções do país para onde vou. Resulta sempre numa boa combinação".
O tenor confirmou que pretende cantar em seu repertório "Manhã de Carnaval" e "Garota de Ipanema", além de composições de Villa Lobos e Carlos Gomes. "Vamos a fazer um concerto mais popular para que o público reconheça as canções. Buscamos um repertório que agrade a outras nacionalidades também. O programa está pensado com música brasileira, americana e espanhola".
Ao UOL, o diretor artístico da Orquestra Sinfônica Brasileira, Pablo Castellar, contou que sua parceria com o tenor não é recente. "Essa história é antiga, especialmente para mim. A primeira apresentação de que me recordo foi em 1987, quando eu tinha 11 anos e tive o privilégio de cantar no coro infantil do Theatro Municipal com o Plácido".
O tenor se apresentou novamente com a OSB em 1995, na antiga casa de shows Metropolitan, na Barra da Tijuca, no Rio. O concerto do próximo dia 11 de julho será a terceira atuação conjunta da orquestra com o artista. Para ele, "o convite é um reconhecimento da OSB", que completa 75 anos em 2015.
Comentários sobre a Copa
Fã de futebol, Plácido Domingo se diz também entendedor do esporte e arrisca dar algumas opiniões sobre a Copa do Mundo. O tenor inclusive lamentou a derrota da seleção espanhola. "A seleção espanhola nos deu seis anos de grande felicidade. Devemos ter esperanças. Temos hoje novos talentos e novos jogadores que estão renovando a seleção espanhola", disse ele.
"Antes, pensava que seria quase impossível ver a Espanha campeã no tempo que eu ainda estivesse vivo", brincou. "Sempre digo que a bola vai e vem e, às vezes, não quer entrar. É assim mesmo, a Espanha tinha feito um gol contra a Holanda, e, depois a partida virou completamente. Tivemos uma partida muito triste", recordou.
Questionado para quem torceria no jogo entre Brasil e Colômbia nesta sexta, Domingo admitiu estar do lado da seleção de Felipe Scolari. "A partida é sumamente importante e definitiva para o Brasil. Mas a Colômbia é uma seleção surpresa, que mostrou o melhor futebol no Mundial. Será uma difícil decisão".
O tenor ainda fez comentários, especialmente, em relação à história da seleção brasileira. "Para nós, que lembramos da época de Pelé e Garrincha, o futebol hoje é mais defensivo. Naquela época, era ofensivo. Sei que o público brasileiro não está muito contente com a seleção."
Na opinião dele, falta na seleção canarinho a "alegria de se jogar sem medo e com segurança", como existiu na época do pentacampeonato. Ele acredita que o Brasil deve chegar à final e que jogará contra a Alemanha. "Queremos ver um jogo bonito".
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