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Funkeiros adotam nomes de Beyoncé, Britney e Bieber para bombar

Thays Almendra

Do UOL, em São Paulo

28/08/2014 06h00

Adotar um codinome inspirado em um ídolo pode ser mais do que uma simples homenagem: no mundo funk, é também uma ajuda para alavancar a carreira. MC Ludmilla, por exemplo, era antes chamada de MC Beyoncé, e foi assim que ela fechou contrato com uma gravadora. Depois, por exigências, a cantora precisou trocar o nome artístico pelo de batismo. Além dela, porém, os palcos brasileiros ainda reúnem funkeiros que vão de MC Britney e MC Rihanna da Baixada a MC Madonna, MC Lady Gaga e MC Biel, "o Justin Bieber do Brasil" (confira no álbum acima).

Segundo Ludmila Oliveira da Silva, sua admiração por Beyoncé era tão grande, que e a diva pop se tornou, para ela, uma espécie de "guia musical". "Quando conheci o trabalho dela, tive uma direção melhorada do que eu queria fazer. Fui comprando mais CDs, DVDs e tudo mais. Fiz tatuagem com o nome da música dela na cintura. Hoje, cheguei onde cheguei",  falou ela ao UOL

MC Beyoncé, de 19 anos, estourou nas paradas do funk carioca com o hit "Fala Mal de Mim", que chamava mulheres invejosas de recalcadas, e foi contratada pela Warner. "[A mudança do nome artístico] Foi uma estratégia da gravadora, porque poderia dar problemas judiciais mais para frente", disse. A cantora, que lançou na terça-feira (27) seu novo álbum, agora conta com uma equipe digna de uma popstar, com bailarinos, DJs e produtores.

"Estava na moda"

Inspirada no sucesso que Ludmilla teve como MC Beyoncé, Jhenifer Cardoso adotou o nome artístico de MC Britney. Mas, ao contrário da outra, ela sequer era fã da cantora de "Baby One More Time" e "Toxic". "Estava na moda colocar nome de cantoras internacionais. Vi que deu certo com a MC Beyoncé e entrei nessa", confessa. Desde que começou, em 2012, ela diz que o nome de Britney Spears só a ajudou: sua agenda tem de 45 a 50 shows por mês, chegando a fazer sete em um só dia, e hoje conta com mais de 35 mil fãs no Facebook.

Mesmo sem ser fã e não conhecendo nenhuma música da popstar americana, MC Britney diz que o nome chama a atenção do público quando ela sobe ao palco. "Foi difícil no começo para a galera entender o nome Britney. As pessoas esperavam que entrasse no palco uma Britney loira, mas eu sou pretinha. Sou a Britney do Brasil, só que pretinha", disse a funkeira, aos risos.

Assim como Ludmilla, MC Britney também colhe frutos da aposta no nome de uma cantora estrangeira. "Consegui a minha casa própria, carro e muitas coisas com o funk", disse ela.

Fã de Justin Bieber, MC Biel é parecido com o cantor canadense e usa a comparação como forma positiva para sua carreira no funk Imagem: Divulgação

O Bieber do funk 

Se a semelhança física não é o forte das MCs Beyoncé e Britney, o caso de Gabriel Araújo Marins Rodrigues, 18 anos, é bem diferente. Chamado de MC Biel, ele adotou "o Justin Bieber do Brasil" como o seu "sobrenome" artístico. "Sou de Lorena (SP) e lá sempre copiei o estilo do Bieber, desde o começo. Além da semelhança, fazia os cabelos iguais a ele, e a cidade inteira me chamava de Justin", contou.

"Eu tinha o sonho de fazer medicina, sempre quis, e ia entrar na faculdade. Mas, com a internet, comecei a acompanhar o estilo de vida da cidade grande e conheci o funk", disse ele, que sofreu preconceito em Lorena por virar funkeiro. "Troquei a medicina para seguir no funk como o Bieber do Brasil."

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