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Se Chorão e Champignon tivessem se perdoado, seria diferente, diz viúva

Chorão e Champignon após fazerem as pazes - Reprodução
Chorão e Champignon após fazerem as pazes Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

22/12/2014 21h03

Em depoimento à revista "Marie Claire" sobre como conseguiu perdoar o suicídio do ex-Charlie Brown Jr. Champignon, Claudia Bossle de Campos, viúva do baixista, disse acreditar que as coisas poderiam ter sido diferentes se Chorão e Champignon tivessem se perdoado.

"Meu perdão foi instantâneo, até porque aprendi muito com a relação dele e do Chorão. Se eles tivessem se perdoado para valer, tudo seria diferente. Talvez ainda estivessem aqui", disse.

Em 2005, os dois músicos trocaram acusações em uma briga pública, que culminou na saída de Champignon e de outros integrantes da banda.

Champignon voltou ao grupo em 2011, e Claudia conta que foi uma época de "conversas acaloradas, em que eles se cobraram pelas acusações".

"Decidiram retomar o grupo, mas nunca se acertaram para valer. O Champs tinha uma necessidade enorme de se sentir perdoado. Nos shows, o Chorão era grosseiro, o humilhava no camarim e até no palco. Além do problema com as drogas, que o desequilibrava, ele cobrava do Champs uma gratidão eterna", afirma.

Chorão morreu de overdose em março de 2013, deixando Champignon abalado e "com raiva pelo descontrole do amigo com as drogas e rancor por tudo o que sofrera". Segundo a viúva, foi então que ela se deu conta de que o baixista "desejava um perdão do amigo, mas ele próprio nunca o havia perdoado".

Nos meses que se seguiram, o músico passava horas na internet, lendo ofensas de fãs. "Na véspera da noite fatal, ele me fez perguntas sobre suicídio. Como sou espírita, ele queria saber o que minha religião dizia sobre pessoas que acabavam com a própria vida. Expliquei as consequências terríveis desse ato e, preocupada, perguntei o porquê da curiosidade. 'Eu sempre penso que a overdose foi de propósito. Será que ele está bem agora?', foi o que me respondeu, referindo-se ao Chorão, morto seis meses antes", conta Claudia.