Dylan faz releitura de Sinatra e revela que gostaria de ter sido professor
Bob Dylan revelou que, se não fosse músico, optaria pela carreira de professor. Em entrevista à revista americana “AARP”, o ícone do cancioneiro popular falou sobre suas ambições fora da música. “Se eu tivesse que fazer tudo de novo, eu seria um professor”, disse, acrescentando que daria aulas de história romana e teologia.
Dylan se prepara para lançar novo álbum, “Shadows in the Night”, que, diferentemente de seu último trabalho, “Tempest” (2012), é uma seleção de covers de canções interpretadas por Frank Sinatra. Em nota, ao divulgar o texto, ele rejeitou a ideia de cover: “Essas canções já foram revisitadas muitas vezes, estão enterradas, na verdade”.
Questionado se enxergava como um risco regravar os standards, Dylan ironizou: “Arriscado? Como caminhar em um campo atolado de minas terrestres? Ou trabalhar em uma fábrica de gás venenoso? Não há nada arriscado em fazer discos”
O cantor ainda comentou que a ideia do álbum surgiu ao ouvir o disco “Stardust”, de Willie Nelson, ainda nos anos 70. “Ao longo dos anos, eu ouvi essas músicas serem gravadas por outras pessoas e sempre quis fazer isso. Eu me perguntava se mais alguém via dessa maneira que eu fiz.”
Mesmo com as releituras pessoais, gravadas ao vivo no estúdio, sem muitos takes e overdubs, Sinatra esteve em sua mente e virou uma sombra durante a gravação. “Quando você começa tocar essas músicas, Frank tem que estar em sua mente. Porque ele é uma montanha. Essa é a montanha que você tem que escalar (...) As pessoas falam sobre Frank todo o tempo. Ele tinha essa capacidade de entrar na canção em forma de conversa.”
O respeito e a adoração por Sinatra, no entanto, não vêm dos anos 1960. Na época, quando ainda estava na casa dos 20, ele não comprava os discos do cantor porque ninguém o adorava.
“Eu apenas gosto dessas músicas e sinto que posso me conectar com elas. Espero que as pessoas se conectem da mesma maneira que eu. Seria presunçoso pensar que essas músicas vão encontrar um novo público. As pessoas que primeiro ouviram essas músicas não são mais entre nós. Além disso, quando eu olho para fora do palco, eu vejo alguma coisa diferente do que talvez outros artistas veem”, disse.
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