Saiba o significado de 12 categorias bizarras do Grammy

O Grammy Awards, o chamado "Oscar da música", que vai ao ar no canal pago TNT a partir das 23h deste domingo (8), é famoso, entre outras coisas, por sua abrangência. São, ao todo, 83 categorias, que elegem os melhores entre os mais variados e obscuros estilos musicais. Alguns, inclusive, não dá pra saber o que significam exatamente, mesmo conhecendo os artistas que os representam.

Por isso, o UOL fez uma lista com as mais curiosas e com algumas que, de tão sem sentido, pararam de existir.

Melhor álbum de pop vocal tradicional

Esta é a categoria em que Lady Gaga e Tony Bennett estão concorrendo com Annie Lennox (a ex-vocalista do Eurythmics), Barry Manilow (do hit "Mandy"), Johnny Mathis e Barbra Streisand. O que todos eles têm em comum? Fora Lady Gaga, são todos artistas consagrados, mas que já não estão mais no "mainstream" (daí o tradicional no título). Além disso, todos concorrem por álbuns de releituras de grandes clássicos da música mundial, à exceção de Mathis, que está no páreo por um álbum de músicas natalinas. Ou seja, essa categoria deveria se chamar "melhor álbum de covers" ou "melhor álbum caça-níquel"

Esta categoria surgiu no Grammy há apenas dois anos e premiou dois artistas: Frank Ocean e Rihanna. Ela abrange, segundo a Academia, todo álbum que tenha pelo menos 51% de faixas vocais e inéditas derivadas do R&B. Ou seja, é aquele estilo que mistura R&B com outros estilos musicais como rock, pop ou eletrônico. Há quem considere o termo racista, pois supostamente serve para definir uma mistura musical palatável aos ouvidos brancos. Este critério, no entanto, só funciona para os EUA. A tradução correta seria música "de rua", já que em Berlim, por exemplo, o urban é o eletrônico experimental.

Melhor álbum de R&B

R&B é uma abreviação de Rhythm & Blues. A categoria foi criada em 1959 e premiou grandes artistas do blues como Ray Charles (5 vezes), James Brown e Aretha Franklin. Com o declínio do blues e a ascenção do rock no fim dos anos 1960, a categoria deixou de existir. Voltou apenas em 2012, quando o hip hop, o rap e outros ritmos negros se tornaram predominantes na indústria musical americana. Desde então, foram premiados Corinne Bailey Rae e Usher. Assim como a categoria "urban", o melhor álbum de R&B tem que ter 51% de suas faixas com músicas inéditas de R&B, mas pode incluir elementos do rap, em vez do pop, rock e eletrônico.

Melhor álbum de americana/folk/country

Essas três categorias premiam albuns que aqui no Brasil chamaríamos de country/sertanejo. O que define a diferença entre as duas primeiras, segundo a Academia, é que americana usa guitarra elétrica, enquanto o folk usa guitarra acústica. Ambos estilos misturam elementos do country, rock de raiz, bluegrass, R&B e blues, ou, como se diz por lá, as músicas "de raiz" americanas. Já o country é o estilo musical que, de certa forma, também se utiliza desses elementos, mas em baladas ou músicas dançantes.

Uma das categorias mais embaraçosas, segundo a revista Billboard, porque só existiu por um ano. Foi criada em 1980, quando o gênero já estava em declínio. A única vencedora, ironicamente, foi Gloria Gaynor, do hit "I Will Survive". Pena que a categoria e o estilo musical não sobreviveram.

Melhor álbum de polca

Apesar de a polca ser culturalmente relevante quando os Grammys começaram a ser distribuídos em 1959, é absurdo imaginar que esta categoria tenha perdurado até 2009 (!!!). Mas quem ganhava esses prêmios? De 1988 a 2009, segundo a revista Billboard, apenas três artistas levaram o prêmio. Um deles, Jimmy Sturr, tem 18 Grammys desta categoria.

Melhor álbum de pop instrumental

Discos de pop instrumental certamente eram relevantes nos anos 1960, mas é espantoso que este prêmio tenha existido até o Grammy do ano passado. Para o Grammy de 2015 as categorias semelhantes que restaram são melhor álbum instrumental, melhor álbum de New Age e melhor álbum de jazz instrumental. Ou seja, tem ainda bastante espaço para as trilhas sonoras de elevador e rodoviária que nem sequer chegam ao top 200 da Billboard.

Melhor performance vocal solo masculina ou feminina de R&R

Se R&B é Rhythm and Blues, o que seria R&R? Uma sigla inventada pela Academia para rock & roll. Esta categoria existiu durante apenas três anos (1966 a 1969) e a sigla, ainda bem, não pegou.

Melhor álbum de improviso solo em jazz

Embora esta categoria não seja exatamente bizarra, a questão que fica é: como a Academia pode confirmar que os indicados estavam mesmo improvisando e não compuseram suas performances solo previamente? E se você usa notas de uma composição sua no solo? Continua sendo improviso?

Se você ama música, mas não sabe compor ou tocar um instrumento, esta é a sua melhor forma de tentar ganhar um Grammy. Obviamente que aqui, o prêmio não é para música, mas para designers, só que como foi a Academia que a criou, quem irá contestar?

Melhor álbum histórico

Esta categoria deveria se chamar "melhor reedição", porque todo ano alguém ganha um Grammy por fazer coletâneas, adicionar faixas bônus a álbuns já existentes? Em outras palavras, pegue um álbum clássico, adicione alguns remixes, ou algumas faixas demos que o artista do álbum achou por bem, na época do lançamento, deixar de fora, e ganhe um Grammy.

Melhor álbum de surround sound

Aparentemente produtor do ano, melhor engenharia de som e melhor remix não eram suficientes e, em 2005, o Grammy criou esta categoria para honrar o surround sound. É uma categoria que abarca álbuns clássicos e não-clássicos.