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Julgamento de Robin Thicke faz vendas de música de Marvin Gaye dobrarem

25.ago.2013 - Miley Cyrus e Robin Thicke cantam "We Can"t Stop" e "Blurred Lines" juntos no palco do VMA 2013 - Lucas Jackson/Reuters
25.ago.2013 - Miley Cyrus e Robin Thicke cantam "We Can't Stop" e "Blurred Lines" juntos no palco do VMA 2013 Imagem: Lucas Jackson/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/03/2015 20h30

O resultado do julgamento do suposto plágio de Robin Thicke na música “Blurred Lines”, que teria sido "roubada" de “Got to Give It Up", do cantor Marvin Gaye, ainda não foi divulgado, mas a família da lenda do soul já tem o que comemorar.

Segundo a Nielsen SoundScan, que auditora a comercialização de música nos Estados Unidos, as vendas de “Got to Give It Up" subiram 85% após o início do julgamento.

De 15 a 22 de fevereiro, "Got to Give It Up" registrou 1.300 vendas digitais vendidas. Na semana seguinte, de 23 de fevereiro a 1° de março. o número pulou para 2.400. O julgamento começou no dia 25.

Mesmo antes do julgamento, a controvérsia sobre o suposto plágio já havia impulsionado as vendas de Marvin Gaye. O período em que “Got to Give It Up” mais vendeu cópias digitais, em agosto de 2013 -—6.400 cópias em uma semana—, é o mesmo em que Thicke entrou com uma ação preventiva na Justiça americana contra a família de Gaye.

Do outro lado da polêmica, o efeito do caso também rendeu frutos. No mesmo período, “Blurred Lines” saltou de 4.000 para 6.000 cópias comercializadas semanalmente —crescimento de 52%.

Desde o lançamento, em março de 2013, “Blurred Lines” já foi baixada legalmente cerca de 15 milhões de vezes. Por causa da letra e do videoclipe da música, em que canta versos como "Mas você é um animal", rodeado de modelos seminuas, Thickle ganhou o prêmio de "sexista do ano" da ONG End Violence Against Women Coalition.

Disputa

Com duração prevista para oito dias, o julgamento teve início com os próprios autores movendo uma ação contra a família de Gaye por declarações de que "Blurred Lines" seria plágio. Depois, os filhos do cantor, Frankie Gaye e Nona Gaye, oficializaram a acusação de apropriação indevida.

Os jurados vão analisar as supostas similaridades entre a composição original e a gravação do sucesso de 2013 de Thicke em parceria com Pharrell Williams. A família de Gaye alega que o lucro dos cantores é de cerca de US$ 40 milhões e que, de acordo com as práticas de licenciamento, eles devem pagar metade disso.

A defesa, por sua vez, respondeu que a canção quase não foi rentável e argumentou que o sucesso da faixa não se deveu apenas à música, mas também a seu vídeo, que tem participações das modelos Emily Ratajkowski, Elle Evans and Jessi M'Bengue sem roupa (veja abaixo).

Em abril do ano passado, Thicke disse em depoimento à Justiça que estava "chapado" quando compôs seu grande hit, e que a música é, em sua maioria, da autoria do cantor Pharrell Williams.