Inspirada na jovem guarda, banda Autoramas se apresenta pela 1ª vez nos EUA
Poucas bandas alternativas surgidas no Brasil nos anos 1990 sobreviveram. O Autoramas é uma dessas exceções. Faz anos que o grupo não precisa marcar presença na grande mídia para se manter. Com a agenda lotada, a banda liderada pelo brasiliense Gabriel Thomaz, 41 anos, fará na próxima quinta-feira (19) seu primeiro show nos Estados Unidos. E a estreia não poderia ser melhor. Eles vão se apresentar em um dos maiores festivais daquele país, o SXSW (South by Southwest), em Austin, no Texas, voltado para bandas independentes.
A turnê norte-americana, no entanto, não é a única novidade da banda. Em breve, eles vão gravar o novo disco “O Futuro do Autoramas”, que está sendo financiado com a ajuda dos fãs por meio de crowdfunding na plataforma Embolacha. Por fim, anunciaram uma nova formação. Em 1998, o Autoramas surgiu como um trio. Agora o grupo virou um quarteto. Após a saída de Bacalhau (baterista) e Flávia Couri (baixo), Gabriel teve que praticamente reinventar a banda.
“Uma banda tem que ser formada por amigos”, disse vocalista em entrevista ao UOL. O baixo, que sempre foi ocupado por uma mulher, agora conta com um homem, o carioca Melvin, do Carbona, que fundou com Gabriel o projeto paralelo Lafayette & Os Tremendões, no qual eles só tocam músicas da jovem guarda. A bateria ficou por conta de Fred, ex-Raimundos, amigo de longa data do vocalista. E, por fim, Érika Martins, ex-vocalista do Penélope, que é casada com Gabriel e também integrante dos Tremendões, entrou na banda para cantar as músicas com vocal feminino.
Se o Autoramas não é tão conhecido da maior parte do público, certamente algumas de suas músicas são. Duas delas, “I Saw You Saying” e “Aquela”, ficaram famosas na voz de Rodolfo, na banda Raimundos. “Sempre fui amigo dos integrantes do Raimundos, desde quando morávamos em Brasília. Nos últimos anos, eu e o Fred ficamos ainda mais amigos, e ele topou fazer parte da nova formação”, contou Gabriel.
Porém, foi a jovem guarda que cimentou o novo Autoramas, já que a base veio do Lafayette & Os Tremendões, que conta com a participação do tecladista Lafayette. “Ele tocou com praticamente todo o mundo da jovem guarda”, lembrou Gabriel. “Minhas afinidades com os novos integrantes do Autoramas são variadas. Com o Melvin eu tenho o punk rock em comum. Com a Érika eu tenho o indie dos anos 90. E com o Fred, eu tenho o Raimundos. E com todos eles eu tenho em comum a jovem guarda”, explicou.
O novo disco, “O Futuro do Autoramas”, é o terceiro projeto da banda que será realizado por meio do financiamento coletivo. O álbum já tem duas músicas prontas, “Rolo Compressor” e “Verão”, que podem ser ouvidas abaixo. Nelas já é possível perceber a diferença que os novos integrantes agregaram ao som, embora sem fazer o grupo perder seu característico estilo. “No exterior, o que mais ouvimos das pessoas é que o Autoramas tem um estilo único, inclassificável. E isso é o maior elogio para mim”, disse Gabriel. De fato, a guitarra distorcida com seus vibratos continuam lá. Porém, é impossível não notar a voz marcante de Érika, aliada à bateria à la Raimundos de Fred.
Se os Estados Unidos ainda eram um lugar inexplorado para o Autoramas, o mesmo não pode ser dito da Europa, para onde eles já excursionaram 13 vezes. Após o SXSW, eles voltarão para lá mais uma vez, com shows agendados no Reino Unido, na Itália e na Alemanha. “Uma conclusão que eu tirei depois de muitos anos de carreira é que o sucesso, mas o sucesso de verdade, não é medido por altas vendagens de discos ou views no YouTube, ou sei lá qualquer outro número. O sucesso é medido pela duração da sua carreira. Que é o que o Autoramas tem.”
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