Sem regras do "Voice", Sam Alves considera 2º disco o seu álbum de estreia
Há dois anos, Sam Alves saiu do programa "The Voice" (Globo) com o título de nova promessa no pop. Vencedor na disputa, o cantor lança neste mês o segundo álbum, "ID", e busca provar – como o título sugere – que tem, sim, identidade própria. "Tivemos uma abertura, deu mais liberdade para criar, sem regras para seguir", diz ele ao UOL sobre a gravação do disco.
O lançamento tem gosto de disco de estreia para o cantor de 25 anos. Diferentemente do primeiro álbum, lançado em 2013, que mais parecia uma coletânea de grandes sucessos do pop internacional, o novo trabalho traz apenas canções inéditas, sendo boa parte delas faixas autorais.
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Esse novo trabalho deu muito mais orgulho do que o primeiro CD. No primeiro, estávamos muito restritos ao ‘The Voice’, ao repertório que tinha que estar no disco
Sam ainda faz um paralelo com a banda Malta, ganhadora do "SuperStar", reality show da Globo voltado para bandas --que estreou sua segunda temporada neste domingo (12). “Foi uma coisa sábia e superinteligente. A oportunidade que eles tiveram de toda semana mostrar uma música própria, inédita. Foi só lançar o disco com o repertório próprio que a galera já curtia, já tinha comprado”, compara.
Segundo ele, havia uma orientação no contrato de seu primeiro disco para que fosse dada prioridade aos covers que ele defendeu semanalmente no reality -- sobrou espaço para apenas uma composição própria. “Esse novo trabalho deu muito mais orgulho do que o primeiro CD. No primeiro, estávamos muito restritos ao ‘The Voice’, ao repertório que tinha que estar no disco”, comemora. “É sair do molde para criar o próprio molde.”
Pop americanizado
Produzido por Paul Rauphes (galês que produziu Kid Abelha, Cidade Negra e Skank), “ID” segue o mesmo caminho do pop americano. A produção, dos backing vocals à melodia, lembra a de discos de bandas como The Wanted, Imagine Dragons e One Direction, salvo duas exceções, a eletro “Message” e a melhor do álbum, “Messing with Me”, com pegada R&B. Embora diga que escuta bastante música clássica e bossa nova, Sam afirma que sua inspiração é radiofônica.
“Meu repertório no carro, minhas referências, é tudo pop. Muito pop internacional. Beyoncé, Madonna, Gaga. Isso tudo é mérito de ter morado nos Estados Unidos, onde eu fui criado. Ouvia muito rádio. Cada música tem seu mérito. O que determina o que é bom ou não é o conteúdo” , opina.
Sam reuniu um grupo de compositores para criar “ID”. Os músicos D’Black e Dalto Max chegaram com algumas letras e até Philip Lawrence, que escreveu “When I Was Your Man” com Bruno Mars, regravada por Sam no primeiro álbum, o procurou para oferecer uma composição.
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Estou com esperança. A palavra é essa. Não estou com medo. Se não der certo, é porque erramos em alguma coisa. Aí nós vamos consertar na próxima
Sam conta que ele não foi o único músico do exterior que lhe ofereceu faixas. “Recebi outras canções dos compositores do Justin Bieber e da Britney Spears e não me identificava, pela letra, pela levada da música. Eu ouvia e pensava: ‘ficaria incrível na voz da Rihanna, ficaria massa na voz da Lady Gaga’, mas não tinha nada a ver comigo”. Por isso Sam deu preferência aos brasileiros e às suas próprias letras, que têm tom confessional e abordam relacionamentos que não vingaram.
“Tired”, por exemplo, é uma resposta raivosa para um caso mal-resolvido. “Eu estava no telefone com uma pessoa, eu estava de saco cheio, desliguei o telefone e comecei a escrever essa música em um momento de raiva mesmo. ‘Não quero mais falar com você, não quero mais saber de você’”.
Já “Amanhecer” é ainda mais pessoal. A música, segundo ele, foi escrita durante um relacionamento que não deu certo durante o “The Voice”. “Tinha tudo para dar certo. É sobre aquela sensação de você sonhar a noite inteira com essa pessoa e você não querer mais que amanheça”, conta.
Questionado se o novo passo em sua carreira lhe traz alguma tensão, Sam diz: “Nunca pensei nisso”. E, após uma pausa, responde: “Estou com esperança. A palavra é essa. Não estou com medo. Se não der certo, é porque erramos em alguma coisa. Aí nós vamos consertar na próxima”.
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