Quer esquecer a corrupção e ficar rico? Líder do KISS tem a receita
No momento em que o Brasil vai cambaleando de uma crise a outra, tem sido cada vez mais difícil para os sempre festeiros brasileiros seguirem as palavras de ordem de um dos refrãos mais emblemáticos do KISS: "I wanna rock and roll all night and party every day" (Quero rock a noite toda e festa o dia inteiro, numa tradução literal).
Mas o vocalista Gene Simmons quer fazer a parte dele e trazer um pouco de entretenimento escapista ao Brasil quando sua banda retornar ao país, na próxima semana, para uma turnê de cinco shows que culmina com uma apresentação no festival Monsters of Rock, em São Paulo, no próximo dia 26. Antes disso, eles tocam em Florianópolis (20), Curitiba (21), Belo Horizonte (23) e Brasília (24).
Mesmo conscientes de que a situação política e econômica do país mudou bastante desde a última passagem do KISS pelo Brasil, em 2012, uma coisa é certa: o KISS ainda é a banda que irá transportar os fãs para longe dos problemas do dia-a-dia, do trânsito infernal, da burocracia humilhante e das manchetes frequentes sobre corrupção, impeachment, crime e recessão.
"A ideia por trás do KISS sempre foi a de fazê-lo esquecer dos congestionamentos e todos esses transtornos. Não é política. Nós não falamos sobre isso. É sobre celebrar a vida. Enquanto você estiver vivo, está valendo", garante o frontman do grupo norte-americano de hard rock fundado em 1973, em entrevista ao UOL.
Gene Simmons, do Kiss, fala sobre economia e Brasil
Continue a punir quem cria os empregos e eles vão abandonar seu país e migrar para a Suíça. Eles são ricos, não precisam de você
Guia de auto-ajuda
Ainda que questões políticas passem longe das letras de canções como "Strutter", "Detroit Rock City" e a já citada "Rock and Roll All Nite" e de suas performances pirotécnicas no show, Simmons não se furta a dar suas opiniões quando está fora do palco. Muitas delas podem ser encontradas em "Eu, S/A", um guia de auto-ajuda para sucesso pessoal e financeiro lançado este mês no Brasil pela editora Rocco (R$ 29,50 na versão impressa; R$ 19, em e-book).
A boa notícia é que Simmons permanece otimista quanto às possibilidades de lucrar com investimentos no Brasil. Tudo é relativo, diz o homem que nasceu no então empobrecido e recém-criado Estado de Israel, em 1949, e passou seus primeiros anos de vida usando trapos como papel higiênico e lavando-os após o uso. "Vocês têm dólares de petróleo por aí, não importa qual seja o regime", afirma. "Enquanto houver democracia e uma economia livre, tudo vai dar certo. O capitalismo é como as águas das marés, elas vão e vêm", compara.
"No Brasil... todos têm seus problemas, concorde você com a condução da política ou não. E é aí que as pessoas votam de maneira diferente: quando isso afeta seus bolsos. Quando elas começam a ganhar menos e menos dinheiro, elas promovem a mudança. Votam no outro partido", diz, antes de ser lembrado que os brasileiros reelegeram a presidente Dilma Rousseff no ano passado, poucos meses depois que milhões de manifestantes tomaram as ruas pedindo a sua saída. "As massas vão dormir na cama que elas próprias fizeram", filosofa.
"É muito sedutor esperar que um político se levante e afirme: 'Vou fazer vocês ganharem mais. Vou punir as empresas (que, na essência, deram a vocês seus empregos). Elas são poucas e vocês são milhões, então por que deveriam ter todo o dinheiro e vocês não?'", diz. "É claro que as massas não entendem como as coisas funcionam. Continue a punir quem cria os empregos e eles vão abandonar seu país e migrar para a Suíça. Eles são ricos, não precisam de você. Você deveria abençoar a pessoa que lhe dá um emprego, não puni-la", defende.
Hello Kitty do rock
Ah, o capitalismo. Pode parecer um palavrão na boca de alguns na América do Sul, mas para Simmons é uma religião. Ele não se tornou multimilionário por acaso. Curiosamente, também não chegou lá sendo um astro do rock. Simmons ficou rico ao transformar o KISS em uma máquina de merchandising. De lancheiras escolares a camisetas, de preservativos a caixões de defunto, se houver espaço para colar o logo do KISS, Simmons e seu colega de banda Paul Stanley vão dar um jeito de fazê-lo. Eles são a Hello Kitty do rock - a comparação faz ainda mais sentido quando você encontra por aí acessórios e joias da Hello Kitty enfeitadas com a maquiagem característica dos integrantes do KISS.
Simmons, que também já foi professor escolar, afirma que "Eu, S/A" responde às "grandes questões da vida" que deveriam ser discutidas nos colégios. Mesmo que seus tempos de lição de casa tenham ficado no passado, nunca é tarde para dar uma guinada de vida executando alguns de seus princípios, defende. O livro está dividido em duas seções: "Eu", onde ele discorre sobre seu assunto favorito; e "Você", a parte onde entram os aconselhamentos.
"É um panorama simples sobre algumas decisões de vida a tomar", diz Simmons. "Não há tabelas, números ou conceitos enfiados goela abaixo. É algo bem fácil de compreender", defende. "Faça com que esse livro seja seu primeiro e siga em frente. Compre as revistas 'Fortune' e 'Forbes' e continue aprendendo."
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