Longe do gospel, única filha não evangélica de Baby busca identidade na MPB
Quem vê Zabelê de longe, ou tem algum problema de vista, pode facilmente confundi-la com a mãe, Baby do Brasil, ou com suas irmãs Nãna e Sarah, com quem formou nos anos 1990 o grupo pop SNZ. Marca da porção feminina da família, a semelhança física contrasta com a mentalidade da cantora, única do clã a não seguir a trilha evangélica.
Seu primeiro disco solo, o recém-lançado “Zabelê”, marca um renascimento artístico: o que era apenas pop agora é também alternativo, é samba, é balada, com até certas doses de jazz. “MPB moderna, alternativa e contemporânea”.
“Esses seis anos que passei longe da música, de introspecção, foram o tempo que eu precisava para me renovar artística e musicalmente. Foi fundamental para definir meu caminho, meu estilo musical”, conta Zabelê ao UOL.
Religião? Só Deus. “Acredito e me conecto com Ele por meio da natureza. Mas não sou evangélica nem sigo uma doutrina. As pessoas confundem a gente, porque somos parecidas. Mas em momento algum falo isso querendo julgar ninguém. Pelo contrário. Acredito que as religiões podem se respeitar”, diz.
O fato de ter optado por um caminho laico não significou problema dentro da família. Baby e as outras filhas, integrantes do Ministério do Espírito Santo de Deus em Nome do Senhor Jesus Cristo, deram a benção.
“A gente sempre se posicionou muito claramente. Dentro da família todo mundo tem a personalidade forte. E isso sempre foi respeitado entre nós. Desde o SNZ. As meninas eram evangélicas, e eu não era.”
Zabelê
A gente sempre se posicionou muito claramente. Dentro da família todo mundo tem a personalidade forte. E isso sempre foi respeitado entre nós.
Com voz doce e afinada, que remete imediatamente à mãe nas canções mais lentas, Zabelê sai em turnê em julho, ao lado da banda Exército de Bebês, apadrinhada por Jorge Mautner.
O giro, que parte de Belo Horizonte, terá as músicas do disco, incluindo a retrô "Nossas Noites", que em breve ganhará videoclipe. Também haverá surpresas: faixas pinçadas do repertório dos pais. “Coisas legais, de discos antigos, que de repente as pessoas nem lembram muito bem."
Para se mover por si só, Zabelê voltou aos discos de cabeceira da adolescência: Gilberto Gil, Michael Jackson, Rita Lee, Stevie Wonder, Caetano e George Benson. “Vou de 8 a 80.” Em estúdio, cercou-se de uma turma tarimbada, comandada pelo produtor Demoneico Lancelloti, parceiro de Caetano Veloso, Fernanda Abreu e Adriana Calcanhotto.
Ao contrário de experiências passadas, agora não há Baby, Pepeu nem ninguém da família envolvido no disco. E a escolha foi proposital. “A ideia era que a família viesse através do meu DNA natural, da minha herança. Quis que o disco tivesse uma assinatura da Zabelê. É uma renovação”, diz a cantora, hoje aos 40 anos.
“Muita gente lembra dos sucesso dos SNZ. Perguntam porque não voltei antes, dizem que estavam com saudades. Isso é legal, me sinto amada. Cheguei agora. Vamos matar essa saudade! (risos).”
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