Com cachê de superstar, banda de baile cobra até R$ 200 mil por show
Felipe Branco Cruz
Do UOL, em São Paulo
Uma das bandas mais bem pagas do Brasil é completamente desconhecida do grande público. Com um cachê que pode chegar a até R$ 200 mil por apresentação, a Samy's Band faz shows apenas em festas privadas (casamentos, aniversários etc.) ou eventos corporativos. O valor é de fazer inveja em artista famoso, já que é equivalente ao cachê de famosos como Sandy, Cláudia Leitte e Victor e Leo.
A banda foi criada pelo músico Samy Elia em 1991 e o valor é cobrado somente quando ela está no palco com sua formação completa, com 41 músicos (sendo 13 metais, 12 violinos, 4 violoncelos, 7 cantores, além de outros na guitarra, baixo, bateria, teclado e percussão). Quando uma formação como essa é contratada, não raro um artista famoso se apresenta depois. Em quatro ocasiões, por exemplo, Ivete Sangalo dividiu as atenções com Samy. "Comecei na noite, nos bares, e a coisa foi só crescendo", disse o fundador.
No currículo estão alguns dos casamentos mais badalados do país, como o de Artur Grynbaum (presidente de O Boticário) com a ortopedista Carina Cohen (filha do médico Moyses Cohen), também os casamentos de Iga Safra e Mauício Levitin e de David Safra e Tammy Kattan. Outro casamento famoso na lista foi o do dono da RedeTV!, Amilcare Dallevo Jr. com Daniela Albuquerque, além do aniversário de 60 anos de Paulo Setúbal Neto.
Ao todo, o grupo faz aproximadamente 60 shows por ano, sendo que dez são no formato da grande orquestra, com 41 pessoas. "A banda básica tem 10 integrantes", explicou. O valor mais barato por apresentação, segundo o empresário é de R$40 mil.
Antes de descobrir o filão das festas chiques do país, Samy queria ser músico. "Eu gostava de cantar. Queria ser um pop-star, mas minha família não me apoiou. Fiz faculdade de administração, mas não gostava", lembrou. "No início dos anos 90, larguei tudo e me fui dedicar à música", contou. Com 24 anos de estrada, Samy além de empresariar a grupo, ele também canta em todos os shows, inclusive em francês e hebraico.
Na mesma época que fundou sua banda de baile, Samy começou a empresariar também o Mamonas Assassinas, que acompanhou até o fim trágico do grupo. "Aí sim, minha vida virou de cabeça para baixo. Eu trabalhava das 8h da manhã até as 23h todos os dias. Quase não dormia", lembrou.
Como faz apresentações para grupos fechados, a banda possui artistas que cantam fluentemente em francês, italiano, espanhol, hebraico, italiano, armênio, árabe e coreano. "Fazemos muitos shows para as colônias", explicou. Essa expertise fez com que Samy levasse seu grupo para se apresentar na França, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Além disso, alguns de seus cantores são capazes também de reproduzir o timbre de Tim Maia, Frank Sinatra e Jorge Ben Jor.
O próximo passo, segundo o empresário, é ambicioso. Ele quer montar uma segunda banda nos Estados Unidos. "Pretendo contratar no exterior alguns participantes do ‘The Voice' americano", revelou. "Nos Estados Unidos, quero começar pequeno e crescer aos poucos, assim como eu fiz no Brasil. Tem um mercado grande de brasileiros por lá".
