Topo

Músico da cena psicodélica brasileira, Paulo Bagunça morre aos 72 anos

Ícone do psicodelismo brasileiro, Paulo Bagunça foi redescoberto por nova geração de amantes da música brasileira - reprodução/Facebook/macau
Ícone do psicodelismo brasileiro, Paulo Bagunça foi redescoberto por nova geração de amantes da música brasileira Imagem: reprodução/Facebook/macau

Do UOL, em São Paulo

24/08/2015 10h48

O músico carioca Paulo Soares Filho, mais conhecido como Paulo Bagunça, morreu na sexta-feira (21) aos 72 anos.

Ao lado de Secos e Molhados e O Terço, Paulo Bagunça marcou a cena psicodélica brasileira nos anos 1970 com o disco “Paulo Bagunça e a Tropa Maldita” (1973).

Segundo amigos do músico, Paulo foi encontrado morto em sua casa em Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro. A suspeita é de infarto. O corpo do músico foi sepultado no sábado (22) no cemitério do Murundu, em Realengo.

Nas redes sociais, o músico Macau, dono do hit “Olhos Coloridos”, gravado por Sandra de Sá, e ex-companheiro do Tropa Maldita, lamentou a morte de Paulo. “Hoje me despedi do amigo da vida inteira, Paulo Bagunça. Sua obra é imortal”.

Capa do disco "Paulo Bagunça e a Tropa Maldita" (1973) - Divulgação - Divulgação
Capa do disco "Paulo Bagunça e a Tropa Maldita" (1973)
Imagem: Divulgação
Redescoberta
Paulo Bagunça fazia parte de uma geração de músicos da Cruzada São Sebastião, no Leblon, conjunto habitacional criado nos anos 1950. Na época, o lugar era chamado de “Harlem carioca”, em referência histórico bairro negro em Nova York.

O disco “Paulo Bagunça e a Tropa Maldita” foi lançado sem muito alarde em 1973, mas se tornou objeto cult de pesquisadores e amantes da música brasileira com o passar dos anos – principalmente fora do Brasil – pela fusão de influências das mais diversas, passando por Jorge Ben, música afro e jazz.

O disco foi relançado em vinil no Brasil em 2014 pelo selo Somatória do Barulho.

Recentemente, Paulo Bagunça participou do documentário “Brazilian Guitar Fuzz Bananas”, do cineasta brasileiro Artur Ratton, em que se investiga o pop psicodélico brasileiros nos anos 1960 e 1970.

Em uma cena divulgada, Paulo é procurado por Joel Stones, produtor e pesquisador brasileiro radicado em Nova York, e diz que já esqueceu da época do lançamento do disco. “O passado é uma roupa que não se veste mais”, disse.

À Folha, Ratton afirmou recentemente que o próximo passo do projeto era levar Paulo Bagunça a Los Angeles para gravar um novo disco com a produção de Mario Caldato Jr., famoso produtor brasileiro, com Beck e Beastie Boys no currículo.