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Mesmo com show eclético, Alice Caymmi mostra personalidade em estreia

Alexandre Matias

Colaboração para o UOL, do Rio

20/09/2015 17h15

O sol resolveu dar um descanso no terceiro dia do Rock in Rio 2015 e uma camada grossa de nuvens arrefeceu o clima, sem deixar saudades do calorão dos dois primeiros dias. O Palco Sunset, no entanto, começou a programação de shows do domingo com um encontro incendiário entre Alice Caymmi e o arranjador e produtor Eumir Deodato.

A neta do velho Dorival é dona de um dos discos mais interessantes da safra de artistas brasileiros, "Rainha dos Raios", lançado no final de 2014. Entre a tradicional música nacional, um pé na vanguarda e outro na pista de dança, ela se consagrou como uma intérprete intensa e provocadora, emulando as clássicas cantoras do rádio e as divas da dance music. E foi com seu repertório ímpar que começou sua apresentação, que teve um clássico do rock ("Paint it Black" dos Rolling Stones), uma música emblemática de Caetano Veloso ("Homem"), um pout-porri de dance music (que passou por "Joga Fora" de Sandra de Sá e "I Feel Love" de Donna Summer) e sua já célebre versão para "Princesa", do funkeiro carioca MC Marcinho.

Preparando território para receber o maestro Eumir Deodato, arranjador de discos fundamentais de Tom Jobim e Milton Nascimento, o palco já contava com um time de cordas que dava um tom classudo à apresentação. Alice deitava e rolava nessa formação, que ainda contava com o produtor Lucas Vasconcelos se revezando entre programações eletrônicas, baixo elétrico e guitarra, e aos poucos conquistava o público, que lentamente se aglomerava no palco secundário.

Quando Eumir Deodato foi recebido no palco, ele assumiu os teclados elétricos e tocou "Meu Recado", do repertório de Alice, antes de partir para composições conhecidas por seus arranjos arrebatadores: o tema clássico do filme "2001 - Uma Odisseia no Espaço" ("Also Spracht Zarathustra", de Richard Strauss), o standard de jazz "Summertime" de George Gershwin e uma versão incendiária para "Black Dog", do Led Zeppelin, coroando a apresentação com uma música perfeita para encerrar um show que por mais que parecesse estranho ao elenco deste domingo, já pode ser considerado um dos grandes momentos do festival

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