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"O Miele não foi apenas um, mas vários", diz historiador da MPB

Da Agência Brasil

14/10/2015 19h32

O produtor, ator e apresentador Luiz Carlos Miele, que morreu nesta quarta (14), aos 77 anos, no Rio, teve uma importância fundamental para o "show business" brasileiro, juntamente de seu parceiro, o também produtor, compositor e jornalista Ronaldo Bôscoli (1928-1984). A afirmação é do musicólogo e historiador da música popular brasileira Ricardo Cravo Albin, para quem a dupla "produziu a essência dos primeiros pocket shows e, depois, a dos grandes shows, que começaram a partir do Canecão [nos anos 1960]".

A lista de artistas que tiveram Miele como produtor e diretor de seus shows é imensa e vai muito além dos nomes mais conhecidos, como Elis Regina, Roberto Carlos, Wilson Simonal  e Sergio Mendes. Inclui também a cantora norte-americana Sarah Vaughan, uma das grandes divas do jazz, o bailarino e coreógrafo Lennie Dale e vários outros artistas em shows que marcaram época, como Gemini V, em 1965, com os cantores Leny Andrade e Pery Ribeiro e o conjunto Bossa 3.

Para Cravo Albin, a versatilidade era a marca de Miele. "Além de produtor, ele foi também cantor, ator, e até dançarino. Um 'entertainer', uma pessoa que apresentava programas de televisão com grande brilho. O Miéle não foi apenas um, mas vários", disse.

Amigo do produtor, Ricardo Cravo Albin recorda uma conversa que manteve com Miele por ocasião do lançamento do livro deste, Poeira de Estrelas: Histórias de Boemia, Humor e Música, em 2004.  "Eu disse a ele: Miele, agora você já pode se candidatar à Academia Carioca de Letras [da qual Albin é presidente]. E ele respondeu: olha, Ricardo, eu não preciso me candidatar á academia, porque eu já sou imortal"

O velório de Luiz Carlos Miéle está confirmado para esta quinta (15), a partir das 7h, na Câmara de Vereadores do Rio. O enterro será às 16h, no cemitério do Caju, na zona portuária do Rio.

*Colaborou Nanna Pôssa, do radiojornalismo da EBC no Rio de Janeiro

3 Comentários

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Pai dos Burros

Não precisava de escândalos ou fofocas para se promover, era uma pessoa normal e querida por todos, prepare seu novo show e nos aguarde...

jandaiaa

Não há exatamente um motivo de tristeza para quem morre ao 77 anos de idade de causa natural e especialmente uma boa como um infarto fulminante. É o melhor dos cenários de que se possa almejar como passagem. A tristeza pode ser apenas pela saudade da boa companhia que era o indivíduo, isso sim. No mais, parece que ele viveu bem, muito bem. Além do reconhecido talento, teve muitas e ótimas mulheres, o que é essencial. Aplausos ao Miele, foi muito bom dele ter sido contemporâneo.