"Jagged Little Pill", de Alanis Morrisette, ganha reedição em seus 20 anos
Responsável direto pelo fenômeno Alanis Morrisette, o álbum “Jagged Little Pill” (1995) estará de volta a partir de sexta-feira (30) nas plataformas de streaming, em um relançamento de luxo que deve acalentar o coração de fãs e saudosistas da década de 1990.
Com edição física prevista para dezembro no país, o box quádruplo trará, além do disco original remasterizado, CDs extras com dez demos inéditas, uma apresentação ao vivo em Londres em 1995 e uma versão acústica do álbum, lançada originalmente em 2005.
Sucesso absoluto --alcançou o primeiro lugar em 12 países, vendendo cerca de 33 milhões de cópias no mundo--, "Jagged Little Pill" fez mais do que transformar a desconhecida canadense Alanis em uma estrela internacional do quilate de Madonna e Michael Jackson.
Músicas como "Hand in My Pocket", "Ironic” e "You Learn" consolidaram a sonoridade da segunda metade dos anos 1990, na esteira do chamado "pós-grunge", e inspiraram --e ainda o fazem-- mulheres de todo o mundo a percorrer o caminho das pedras de Alanis.
Uma estrada feira por uma jovem então com 21 anos, cheia marcas de neuras, desilusões e expectativas, que, com suas com suas letras pessoais e aura roqueira, ganhou status de ícone feminista entre as adolescentes.
Como uma prévia do relançamento, que o UOL separou dez curiosidades sobre o álbum que marcou afetivamente a terna idade de milhões de trintões.
Terceiro disco, e não primeiro
Alanis já tinha dois álbuns de estúdio no currículo antes de Jagged Little Pill”: “Alanis” (1991) e “Now Is the Time” (1992), lançados pela gravadora MCA Records apenas no Canadá, que a transformaram em estrela teen local. Com forte influência da dance music da época (o que a levou a ser chamada de Madonna genérica) e letras mais ingênuas, os discos são renegados por Alanis, tanto que desde 1995 estão fora de circulação. Mas a cantora não se arrepende deles. "O foco, na época, era entreter as pessoas, o oposto de fazer revelações sobre mim na época. Eu as tinha, mas não estava preparada para compartilhar", disse Alanis em entrevista à revista “Rolling Stone”.
Quase um álbum ao vivo
Cada música do disco foi gravada em dois takes, o que confere um caráter de espontaneidade às músicas. "A distância mais curta entre o pessoal e o universal", filosofou a cantora à revista "Billboard", em 1996. "Não há sentimento melhor do que compor algo que você sabe que é parte de você e que, em algum ponto, irá comunicar com alguém. Comunicação é o que me excita."
Recorde antes de Taylor Swift
"Jagged Little Pill" levou o Grammy de álbum do ano em 1996, quando Alanis tinha apenas 21 anos, o que fez dela o artista mais jovem a alcançar o feito. O recorde foi batido apenas em 2010, por Taylor Swift, que recebeu o troféu em 2010, aos 20 anos, pelo disco “Fearless”, ainda em sua fase pop country.
Composições a jato
Segundo single do álbum e dos grandes sucessos da carreira da cantora, "Hand In My Pocket" foi composta em cerca de uma hora. Ao menos é essa a história que conta o produtor Glen Ballard, que assina com Alanis quase todas as faixas do trabalho. "Eu a vi compor na minha em frente em, tipo, uma hora", disse ele ao site The A.V. Club. O mesmo aconteceu em "Perfect". "Sei que parece surreal, mas aconteceu desse jeito. Não é como as coisas costumam acontecer, mas podem acontecer, quando tudo está correto e você tem alguém como Alanis."
Um pouco de Red Hot Chili Peppers
O álbum conta com participações especiais, como o vocalista Joel Shearer, da banda californiana Pedestrian. Mas os nomes mais famosos são o do guitarrista Dave Navarro (à época no Red Hot Chili Peppers), que toca guitarra em "You Oughta Know”. Um de seus companheiros de banda, Flea, também faz o baixo na música. "Quando a ouvi pela primeira vez, havia um baixista e guitarrista diferentes. Escutei a linha de baixo e achei uma merda. Mas o vocal era forte. Só tentei tocar algo legal", disse Flea à revista "Bass Player" em 1996.
Faixa escondida
As faixas escondidas viraram moda dos anos 1990, e há uma delas em "Jagged Little Pill". Para encontrá-la, basta esperar cerca de um minuto após o fim da última música do disco, a versão remix de "You Outghta Know". A emotiva "Your House" é cantada à capela.
Versão acústica
Além da presença de demos inéditas e de um show gravado em 1995, uma das atrações da edição de 20 anos do álbum é uma versão inteiramente acústica, lançada originalmente por Alanis em 2005 (à época era exclusivamente da rede Starbucks, cujo selo Hear Music editou o disco para celebrar seu décimo aniversário). Apenas em um segundo momento ele passou a ser comercializado em lojas tradicionais. Sem contar os arranjos desplugados, a novidade ficou com "Your House", que recebeu seu primeiro arranjo instrumental.
Calças de moletom poderiam ter arruinado o disco
Alanis conheceu o empresário Guy Oseary e a equipe da gravadora Maverick, fato que mudaria sua vida e carreira, vestindo uma embaraçosa calça de moletom. "Lembro quando conheci Guy Oseary na Maverick. Eu estava escrevendo 'All I Really Want" com meu moletom", disse ela à revista “Entertainment Weekly”. “E eles disseram: ‘Vocês precisa ir lá e conhecer todo mundo do selo da Madonna’. E eu respondi: ‘Eu estou com a merda de um moletom!’. Eles disseram: ‘Bem, tem que ser agora!’. Então, minha primeira reunião com toda a equipe foi usando calças de moletom. Foi horrível. Felizmente, eles adoraram a minha música.”
Listas de melhores
“Jagged Little Pill” tem um belo desempenho em listas. Em 2002, ele foi escolhido pela “Rolling Stone” como o 31° melhor álbum em uma lista de discos de rock produzidos por mulheres. Posteriormente, a revista também o incluiu na posição 50 do ranking "Women Who Rock: The 50 Greatest Albums of All Time”, também dedicado a artistas femininas, e no posto 327 entre os 500 maiores discos de todos os tempos. Já a Music Business Association o considerou o 26º melhor em sua "Definitive 200".
Musical
“Jagged Little Pill” deve virar musical da Broadway. Com roteiro escrito pela própria cantora, a peça terá direção musical de Tom Kitt, compositor por trás da versão para os palcos de “American Idiot”, do Green Day. ”A história será uma ficção”, revelou Alanis em entrevista à “Billboard” em março deste ano. “Vamos adicionar músicas e alterar letras.” A montagem, no entanto, ainda não tem previsão de estreia nem elenco revelados.
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