Relançando hits, Buchecha não descarta funk ostentação: "nunca me chamaram"
Moda vai, moda vem, e Buchecha, não larga o osso de sua origem musical, o sacolejante “funk melody”, ou “funk pop” —estilo que dá título a seu novo álbum. Nada de investir em sertanejo, como fez Latino, cair na ostentação, como se consagrou MC Guimê, ou de se enveredar pelo chamado "chavoso", de MC Naldinho. Ou quase isso.
"A minha música é o que eu sou. Mas não tenho nenhum preconceito, não. Nunca recebi convite para duetos em outros estilos. São funks que ainda não sei fazer. E não iria fazer de qualquer jeito, porque ficaria ridículo”, diz ao UOL o cantor. “Mas se um Guimê, um Nego Blue, um Pikeno e Menor me chamar, eu faço numa boa. É legal representar outras vertentes. Só faz o movimento funk ficar mais forte.”
Sempre propenso a todo tipo de mistura, Buchecha pode ter perdido Claudinho em 2002, em um trágico acidente automobilístico, mas jamais abandonou o formato de parceria. No balaio do novo “Funk Pop”, aparecem Lenine (“Conquista”), Paralamas do Sucesso (“Só Love”), Ludmilla (“Implacável”), Adriana Calcanhoto (“Destino”), Rogério Flausino (“Quero te Encontrar") e até o rapper Emicida (“Rap do Silva / Rima do Silva”), entre outros.
É um problema quando você lança um disco com 14 músicas e não consegue trabalhar a segunda. Foi muito complicado trabalhar com um cara gringo, com uma linguagem mais de black music americana. Mas estou experimentando.
Buchecha sobre o álbum "Adesivo", que não deslanchou
Atirar para todos os lados parece algo natural para Buchecha depois de “Adesivo” (2014), álbum anterior que não vendeu nem obteve a repercussão esperada pela gravadora Warner, que precisou mexer seus pauzinhos. Por causa do alto investimento, "Funkpop” pode ser considerado o teste derradeiro de uma carreira 24 anos. Mas, ao menos no discurso, não há pressão.
“O ‘Funk Pop’ veio bem a calhar. A gente chegou a trabalhar duas músicas do ‘Adesivo’. Foi legal a primeira, “Frutilly”, mas a segunda [“Baile Em Miami”, com participação do rapper americano Flo Rida] a gente não conseguiu fazer tocar. É um problema quando você lança um disco com 14 músicas e não consegue trabalhar a segunda. Foi muito complicado trabalhar com um cara gringo, com uma linguagem mais de black music americana. Mas estou experimentando.”
Aos 40 anos e agora sete álbuns solo, Buchecha se diz feliz pela nova geração do funk melódico, estilo que ajudou a popularizar e hoje é representado por nomes como Anitta, Ludmilla e a dupla baiana Lucas e Orelha, vencedora a última edição programa "SuperStar", fortemente influenciada por ele. Mas repetir o sucesso do fim dos anos 1990, época em que Claudinho & Buchecha se tornou a dupla mais popular do país, não está no horizonte de expectativas do cantor.
Caso as coisas não saiam como o planejado após "Funk Pop", a ideia de Buchecha é, aos poucos, passar o bastão para o filho Clauci Julio, de 16 anos. Ao lado da irmã Giulie, de 12, o “Buchechinha” escreveu todas as quatro letras inéditas do álbum. Uma delas é “Vem Cá Fazer um Love”, que abre o disco com versos assanhados como “é tão excitante essa brincadeira, ambos vão ganhar”, “você é demais, tem o mel da paixão” e “quero cada vez o teu calor”. Ao melhor estilo funk melody noventista.
“Eu não toco instrumento musical. Então, minha forma de composição é pegar o smartphone, baixar o aplicativo de gravação e começar a cantarolar. E meus filhos têm essa mania de mexer no meu celular. Eles pegam e ficam rindo dos meus rascunhos (risos). E vira e mexe eles fazem letras”, revela Buchecha.
“O Julio toca piano, está fazendo aula de teclado. Ele tem mais engajamento. Está mais bem encaminhado que a Giulie. Deixo o nome deles porque é o caminho natural, de o pai deixar o legado para os filhos.”
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