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Chico Buarque e artistas cantam a favor das escolas ocupadas em SP

Clipe de "Ocupar e Resistir", dos estudantes Koka e Fabricio Ramos

UOL Entretenimento

Do UOL, em São Paulo

22/12/2015 22h01

No dia em que viralizou na internet ao se envolver em uma discussão política na rua, Chico Buarque aparece cantando em homenagem aos estudantes que ocuparam as escolas estaduais em São Paulo.

“Ninguém tira o trono do estudar / ninguém é dono do que a vida dá / e nem me colocando numa jaula / porque sala de aula / essa jaula vai virar”, Chico canta os primeiros versos de “O Trono do Estudar”, composta pelo cantor Dani Black

O cantor e compositor é apenas um dos 19 artistas que dividiram o microfone contra o plano de reorganização escolar proposto pelo governo do Estado de São Paulo – e que se encontra suspenso, após pressão dos estudantes. Das 196 escolas tomadas pelo movimento, 47 continuam ocupadas.

Arnaldo Antunes também participa da canção, entoando os versos: “Que neste trono todo ser humano é rei / seja preto, branco, gay / rico, pobre, santo, ateu”. A cantora Tiê segue: “Pra ter escolha ter que escola / ninguém quer esmola / isto ninguém pode negar”.

Participaram da gravação da música e do clipe, divulgado pela rede de mobilização “Minha Sampa”, Dado Villa-Lobos, Paulo Miklos (Titãs), Tiago Iorc, Lucas Silveira (Fresno), Filipe Catto, Zélia Duncan, Pedro Luís, Fernando Anitelli (Teatro Mágico), André Whoong, Lucas Santtana, Miranda Kassin, Tetê Espíndola, Helio Flanders (Vanguart), Felipe Roseno e Xuxa Levy -- muitos dos quais fizeram shows nas escolas durante a Virada Ocupação.

A canção foi tocada pela primeira vez por Dani Black ao lado de Maria Gadú em uma dessas apresentações, na Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, em Perus, zona norte de São Paulo.

Baixista do Cachorro Grande

Na semana passada, dois alunos Escola Estadual Caetano de Campos, de São Paulo, já haviam divulgado a música "Ocupar e Resistir" a favor da ocupação (assista acima). Com versos como "Direita tropa de choque / em cima o governo fascista" e "E é difícil e dói saber / e descobrir/ que a única coisa
que cresce mais que a inflação / é o genocídio", a faixa é uma parceria do rapper adolescente Koka, 19, e de seu colega Fabricio Ramos, 17, com o baixista da banda gaúcha Cachorro Grande, Rodolfo Krieger.

O músico conheceu os dois na semana passada, por acaso, ao participar de preparativos do festival Virada Ocupação. "Ele começou a falar, com umas 70 pessoas em volta, sem microfone, sobre o governo Alckmin, e depois começou a mandar uma rima. Fiquei impressionado. Quando acabou, perguntei se ele não queria gravar uma música com o tema da ocupação. Ele topou e fez a letra em menos de duas horas!", contou ao UOL Krieger.

"Viemos pro estúdio já pensando em fazer uma letra e aí a gente fez o beat e os acordes. Ele me deu caneta e papel e falou: 'manda ver'. Rolou", disse Koka, figura conhecida e premiada nas rinhas de rap de São Paulo. "Infelizmente, a culpa não é centrada no Alckmin. Por mais que ele seja o governador, o partido dele tem um comando, e ele não é o chefe do sistema que existe, que está há algum tempo no poder", completou.

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