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Ximbinha desabafa sobre show de despedida da Calypso: "Eu deveria estar lá"

Do UOL, em São Paulo

30/12/2015 22h11

O músico Ximbinha desabafou sobre o último show da banda Calypso, nesta quinta-feira (31), no Réveillon de Macapá (AP). Em carta divulgada nesta quarta e assinada por ele com seu nome de batismo (Cledivan), o guitarrista lamentou sua ausência na despedida do grupo.

"Os fãs com certeza desejaram arduamente que a cortina se fechasse para a Banda Calypso com sua formação completa, mas infelizmente questões que estão acima do mundo artístico, não permitiram isso", explicou Ximbinha, sem entrar em detalhes.

A apresentação de despedida da Calypso foi marcada em outubro. Na época, a assessoria da banda confirmou a presença de Joelma, mas não a do guitarrista (que ainda usava o nome artístico Chimbinha). A cantora fará o último show do grupo e iniciará a carreira solo na mesma noite.

Na carta, Ximbinha também divulgou o primeiro show da XCalypso, banda da qual faz parte com a cantora Thábata Mendes, no próximo domingo, no aniversário de Ananindeua (PA).

O músico se apresentou com a Calypso pela última vez em 4 de outubro, em Teresina (PI). No show, foi hostilizado por fãs que atiraram objetos nele e ficou distante de Joelma por decisão judicial. A cantora cumpriu a agenda da banda após a saída de Ximbinha, porém omitindo o nome Calypso.

Leia abaixo a carta de Ximbinha sobre a despedida da banda Calypso:

Sim, eu deveria estar lá!

Cleidivan Almeida Farias (Ximbinha)

Guitarrista

"No próximo dia 3 subo ao palco pela primeira vez com a XCalypso. Eu e a vocalista Thábata vamos nos apresentar para mais de 150 mil pessoas no aniversário do município de Ananindeua, na região Metropolitana de Belém. É o começo de uma nova fase, que deverá ser tão alegre e feliz como foi a anterior da minha vida. Mas não posso em hipótese alguma deixar minha história, construída com tanto esforço e dedicação, ser relegada ao esquecimento neste momento.

Sim, inegavelmente estou triste de não participar neste dia 31 de dezembro do show de despedida da Banda Calypso, em Macapá. Com esta marca construí minha vida profissional nos últimos 16 anos e o grupo arrebanhou uma legião de fãs de Norte a Sul do País. Gostaria, sim, de estar no palco, para fechar com chave de ouro este ciclo que, definitivamente, mudou minha vida e que me transformou de um simples garoto que amava tocar guitarra em um profissional completo.

Com a Banda Calypso cruzei este Brasilzão do Oiapoque ao Chuí, levando não só música simplesmente, mas uma nova proposta. Vencemos barreiras e preconceitos, inclusive musicais e empresariais. Vendemos mais de 16 milhões de cópias de CDs e DVDs. Conseguimos fazer o caminho inverso, inverter a lógica: transformarmos uma banda pequena da Amazônia em um fenômeno musical respeitado até hoje, quando faz seu último show. Sim, eu gostaria de estar lá.

Os fãs com certeza desejaram arduamente que a cortina se fechasse para a Banda Calypso com sua formação completa, mas infelizmente questões que estão acima do mundo artístico, não permitiram isso.

Não sou homem de reclamar, sou homem de trabalhar. Deixo aqui meu carinho para todos que trabalhei e que convivi de forma especial e próxima na Calypso. Se errei, reconheci este erro. Mas também sei que acertei muitas vezes.

Gostaria, sim, de estar presente fisicamente neste momento para mostrar o que nasci pra fazer: tocar. Mas como não terei está oportunidade, saibam que meu coração estará lá, com a Banda Calypso, com o público, com os fãs.

Obrigado a todos que me ajudaram nesta caminhada até aqui. Fiquem com Deus e que seus caminhos sejam sempre de sucesso.

Parto para uma nova história, agora nos palcos com Thábata. Espero contar com novo apoio e carinho do público que tanto amo. Farei deste amor um compromisso pessoal e o lema desta nova jornada com a XCalypso.

Sigo em frente com determinação e fé em Deus".