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Após atentado, vocalista do Eagles of Death Metal defende porte de armas

Do UOL, em São Paulo

16/02/2016 12h33

Um dos alvos no atentado terrorista em Paris, em novembro passado, o vocalista do Eagles Of Death Metal, Jesse Hughes, surpreendeu ao defender o porte de armas de fogo, que é proibido na França e alvo de polêmica nos Estados Unidos.

"O controle de armas francês impediu que a porra de uma única porra não morresse no Bataclan? Se alguém puder responder que sim, eu gostaria de ouvi-lo, porque eu não acho que impediu. Eu acho que a única coisa que impediu foi alguns dos mais valentes homens que eu já vi na minha vida encarando a morte com suas armas de fogo", afirmou Hughes em entrevista à emissora francesa iTele.

"Eu sei que as pessoas vão discordar de mim, mas parece apenas que Deus fez homens e mulheres, e que as armas os fazem iguais à noite. E eu odeio que isso seja dessa forma (...) Até que ninguém mais tenha armas, todo mundo tem que ter”, defendeu o vocalista.

A banda retomou a agenda de shows neste fim de semana, exatamente três meses após o ataque na casa de shows Le Bataclan. O Eagles of Death Metal era a atração principal no local quando terroristas armados abriram fogo contra o público, matando 89 pessoas, incluindo o gerente de merchandising da banda, Nick Alexander.

O grupo volta a tocar em Paris nesta terça-feira (16) com show na casa Olympia, com entrada franca para quem estave presente na fatídica apresentação no Bataclan.

"Eu nunca vi alguém que tinha uma [arma] morrer, e eu quero que todos tenham acesso a elas. Vi pessoas morrerem e que talvez pudessem ter vivido, eu não sei ... Eu gostaria de saber com certeza se eles poderiam ter tido uma melhor chance, porque havia alguns verdadeiros anjos, pessoas maravilhosas de verdade que que não estão vivos hoje e eu realmente gostaria que estivessem", comentou Hughes.

A volta aos palcos – com passagem pelo Brasil em março para dois shows em São Paulo -- é único remédio contra o trauma. "Eu acho que o que realmente precisamos fazer é apenas se divertir juntos, para que possamos superar um pouco essa merda, e realmente deixá-lo pra trás, para que isso não nos acompanhe o resto de nossas vidas", acrescentou.