Jorge Ben Jor se desculpa com fã identificado erroneamente como racista
Jorge Ben Jor se encontrou com o fã identificado erroneamente no último sábado (13) como o autor de ofensas racistas ao cantor. O episódio ocorreu durante uma apresentação no Rio enquanto Jorge cantava "Take It Easy My Brother Charles".
Avisado sobre o erro, Jorge Ben Jor escreveu uma carta e marcou um encontro com o jovem - identificado como Lucas Figueiredo - para se desculpar. O caso foi revelado no Facebook do jornalista Joaquim Ferreira Santos, que é amigo pessoal do cantor e recebeu uma cópia da carta.
No post, o jornalista conta que Jorge Ben Jor tem sofrido uma perseguição em vários shows pelo país. Pessoas da plateia apitam ou assobiam para chamar a atenção do cantor, que sofre ofensas raciais quando olha em direção aos sinais.
No último sabado, Jorge teria pedido para a platéia no Circo Voador identificar e apontar o agressor. O jovem apontado foi levado ao palco e discutiu com o cantor e membros da equipe, como é possível ver em um vídeo gravado pelo público e divulgado em redes sociais.
Procurada pelo UOL, a assessoria de Jorge Ben Jor apenas confirma que o cantor é amigo do jornalista Joaquim Ferreira Santos. O fã Lucas Figueiredo não foi encontrado pela reportagem para comentar o caso.
Leia a íntegra da carta:
ERRARE HUMANUM EST
"Eu vou torcer pela paz
Pela alegria e pelo amor..."
A maior benção que um artista pode receber é a ver a propagação natural da filosofia que permeia seu trabalho, sua aplicação mais prática.
Ter um fã é ter um amigo e multiplicador que atravessa o tempo e a essa contingência que é ser. E Ser é esse desafio de forças.
Nunca é tarde para mais uma lição, para mais uma surpresa: Por vezes a vida é tão maravilhosa que temos a chance de aprender de um episódio traumático que sim, errar é humano, mas o amor é ainda mais.
E foi a partir de um engano meu que me chegou a benção do seu perdão, Lucas.
Abraçar você e sua família, me trouxe a paz que há meses eu vinha perdendo durante os shows a cada episódio de provocação gestual e velada, a cada ofensa sussurrada após longos assobios, sempre do mesmo lado do palco, sempre na mesma canção.
Sim, você assobiou, mas foi para me trazer de volta pra energia que move minha vida: O amor.
E é essa força inquebrantável que me fará agora, sob nova perspectiva, encarar cada ato racista como antítese ao que fazemos juntos a cada show, sim, eu e você, sim, o público, meus fãs e meus grandes amigos, meus fiéis escudeiros.
Salve Simpatia, ou como diria o Lucas,
"O amor sempre vence".
Respeitosa e humildemente,
Jorge
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