Of Monsters and Men volta ao Lolla após "tocar" em "Game of Thrones"

Três anos se passaram desde a última visita dos islandeses do Of Monsters and Men pelo Brasil, no Lollapalooza de 2013. A banda até então restrita ao rótulo de “indie-folk-fofo” volta à edição brasileira do festival neste sábado (12) mais coesa e pesada, e com um carimbo raro no passaporte de uma banda: o fictício continente de Westeros, universo da série “Game of Thrones”.

“Provavelmente estaremos lá”, responde a vocalista Nanna Hilmarsdóttir, em entrevista ao UOL. Embora faça mistério, parte da banda esteve na Espanha e realmente gravou cenas para a sexta temporada, que estreia no dia 24 de abril. Os rumores contam que a aparição será musical, seguindo a tradição das participações de Sigur Rós, Mastodon e  Will Champion (do Coldplay) na série.

“Não podemos falar sobre, estou sendo honesta. É surpresa”, conta, sem esconder a animação. “Mas estamos loucos aqui. Somos grandes fãs da série. Às vezes a gente está na estrada e não conseguimos assistir, alguém começa a contar o que está acontecendo e a gente manda um ‘ cala a boca, sem spoilers.”

Depois da apresentação na terra antiga, a banda mira suas energias para o clima ensolarado do Brasil, que, segundo a vocalista, vai cair como uma luva no momento em que vivem. No primeiro disco, “My Head Is an Animal” (2012), o hit pop “Little Talks” impulsionou a banda para longe das referências gélidas da Islândia. Agora, ela conta, eles estão ainda mais “primavera”.

“Ter novas músicas para apresentar é muito bom, a gente se abriu. Temos uma visão mais panorâmica das coisas”, explica. “Ainda moramos na Islândia, mas sinto que este trabalho trouxe um distanciamento, musical e lírico. Estamos menos gelados e mais abertos para a primavera”.

Lançado em 2015, “Beneath the Skin” chegou com versos melancólicos e imagens misteriosas, como nas canções “Crystals” e “I of the Storm”. 
A nova fase vem embarcada com a produção de Rich Costey, que assinou “Absolution”, do Muse, e trabalhos com o Haim, Vampire Weekend e Chvrches. 

Se as letras e o canto de Nanna amadureceram e trouxeram tons mais obscuros, a sonoridade revela o flerte com pop épico de bandas como Imagine Dragons e Florence and the Machine -- que fechará o Lolla no domingo e tem convidado o “Of Monsters” para a abertura de sua atual turnê.

“Nós gostamos de ter mais pessoas gostando da gente. Abrir pra Florence proporciona isso e é muito interessante estar aí de novo com ela. Acho que vamos conseguir chegar a um público cada vez maior e diversificado”.

Dos fãs brasileiros, ela ainda guarda lembranças: “Lembro de ter visto coisas voando entre o público [em 2013]. Eu me perguntava: ‘O que é que está acontecendo?’ Vocês são loucos e calorosos”, explica, rindo. “Vai ser ótimo voltar”.