Perdido com tanta banda no Lolla? Confira um guia para saber o que assistir
Felipe Branco Cruz<BR>Leonardo Rodrigues<BR>Tiago Dias
Do UOL, em São Paulo
11/03/2016 12h10
Conhecer a fundo uma edição do Lollapalooza não é tarefa das mais fáceis. Nos dois dias do festival, que acontece neste sábado (12) e domingo (13), 54 atrações se revezarão em cinco palcos espalhados pelo autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Entre tantos músicos, há, claro, os "headliners", que fecham as noites e despertam maior curiosidade do público, além de outros bem cotados. Mas você pode aproveitar melhor a festa.
O UOL preparou um guia trazendo os artistas-chave de cada dia de festival, acompanhados de outros que podem valer a pena se você chegar cedo e estiver procurando por boas atrações relacionadas.
Veja abaixo.
1º dia de shows (12/3)
Quando começou a carreira em Detroit, Eminem ouviu que nunca faria sucesso como rapper porque era branco em um ramo tradicionalmente ocupado por negros. No Lolla, os fãs do cantor poderão curtir uma banda sul-africana de rap também formada por brancos, porém com uma história bem diferente do americano. Die Antwoord foi formado no país africano que por anos sofreu com o Apartheid. Suas letras estão longe do tom questionador de Eminem, já que a sua produção é considerada por muitos críticos como cômica e nonsense.
Embora o perfil das bandas tenha mudado com o passar dos anos, o indie ainda povoa o line-up do Lolla. É muito provável que os fãs do Tame Impala curtam também as apresentações de Mumford & Sons, Of Monsters and Man, Cold War Kids e os brasileiros do Dônica. Todos beberam da mesma fonte de onde saiu o rock psicodélico de Tame Impala. Dessa turma, vale o destaque para o Mumford & Sons, que chega ao festival com disco novo “Wilder Mind’, lançado em 2015.
Habitués do Brasil, os californianos do Bad Religion vão liderar no Lollapalooza a turma dos roqueiros, digamos, mais "clássicos". Se você quer passar longe do rap, eletrônico ou indie, não perca os shows de Ego Kill Talent, Eagles Of Death Metal, The Baggios e dos brasileiros do Matanza. Olhos e ouvidos atentos para a apresentação do Eagles of Death Metal, que tocava no Bataclan, em Paris, quando o Estado Islâmico atacou o local em novembro de 2015. Recentemente, o grupo cancelou diversos shows no exterior, mas manteve a agenda brasileira.
Poucos artistas da atual edição do festival tem tão pouco receio em ser deliberadamente pop quanto a galesa Marina Lambrini Diamandis, conhecida pelo codinome Marina and the Diamonds. No primeiro dia do Lolla, você pode aproveitar essa vibe radiofônica de diversas formas. A principal é assistindo aos shows dos também galeses The Joy Formidable e da cantora americana de eletropop Halsey. Quer variar o cardápio e acrescentar um molho nesta farofa? Veja o Vintage Trouble, com seu competente pop rock carregado de rhythm and blues.
Eleito o melhor DJ brasileiro pela revista “House” e único do país entre os 100 melhores do mundo pela “DJ Mag”, o brasiliense Alok Petrillo fatalmente chamará atenção no palco Trident, voltado à música eletrônica. Quem costuma ser seduzido por um estilo hipnótico e radiofônico pode se arriscar sem medo com o também brasileiro Zerb, DJ de apenas 18 anos, assim como no projeto Groove Delight da paulista Ké Fernandes. O DJ Kaskade, especializado nos subgêneros do house e que fecha o palco no sábado, também é uma boa pedida.
2º dia de shows (13/3)
Atração principal do palco Axe no domingo (13), após o cancelamento de Snoop Dogg, o Planet Hemp celebrou nos anos 1990 sua mistura de rap e distorções de guitrarra. A banda também ficou famosa pelo discurso alinhado à esquerda, defensor da legalização da maconha. Em menor ou maior grau, essas características podem ser encontradas no rapper paulita Emicida e no grupo de reggae fusion alemão Seeed.
O indie rock etéreo com propensões retrôs do Florence + the Machine encerra o segundo dia de Lollapalloza. O estilo da banda pode ser grandioso, com refrães feitos para ecoar em arenas, mas ainda assim casa com os de bandas alternativas que estarão no festival. Antes de assistir ao grupo inglês, vale dar uma olhada nas revelações brasileiras que vão pelo mesmo caminho, como Maglore e Versalle.
O brit pop estará bem representado com Noel Gallagher's High Flying Birds, mas não é apenas com o projeto do ex-Oasis que se vive o rock no segundo dia de festival. Albert Hammond Jr, do Strokes, também promete boas novidades na carreira solo. Tão inventivos quanto os guitarristas, os americanos do Alabama Shakes vão juntar ao seu classic rock um irresistível requebro soul do último disco, "Sound & Color". Nessa onda, vale a pena chegar mais cedo para pegar os gaúchos do Dingo Bells que abrem os trabalhos no palco Skol.
O duo Twenty One Pilots é uma das promessas desta edição. Vindos de Ohio, a dupla joga tanto no indie rock, quanto no electropop e no hip-hop. É ou não é a cara do festival? A boa "Stressed Out" promete ser o ponto alto da apresentação. Do mesmo estado americano vem Walk the Moon, grupo mais fofo, com referências na new rave e um hit chiclete no currículo, "Shut Up And Dance With Me". A brasileira Karol Conká promete agradar a tribo com o visual pop até o osso e o batidão do hip-hop swag
Dois dos DJs mais incensados e inventivos da atualidade, Skrillex e Diplo voltam ao Lollapalooza Brasil desta vez em formato de dupla. Jack Ü deve reunir os fãs de música eletrônica e a turma do eclético com o hit em parceria com Justin Bieber, “Where Are U Now?”. No campo da EDM, Jack Novak também vai ter fazer pular, mas há, na programação, misturas mais ousadas. O trap com o hip-hop do esolveno Gramatik e os britânicos do Jungle, que gostam de R&B, também vão te fazer dançar.