Em show com clima de protesto, Maroon 5 faz balada para 45 mil em SP
Em uma noite marcada pela forte presença de camisas pretas, que deram ao show clima de protesto contra o governo Dilma e o PT, o Maroon 5 protagonizou na noite desta quinta-feira (17), no Allianz Parque de São Paulo, uma apresentação dançante, quase sempre histérica e com jeito de balada VIP engajada.
Antes do início do show, às 21h30, a arquibancada lotada do estádio passava o tempo entre "ôlas" e gritos de "ei, Dilma..." e "fora PT", que foram retomados no fim da apresentação, durante o bis. Ao contrário da maioria dos shows internacionais realizados no país, o nome do grupo não foi entoado nenhuma vez, que teve abertura da banda americana Dashboard Confessional.
"Fomos nos protestos de domingo. Não tem como não se manifestar nesse momento. Foi ideia da minha mulher. Estamos num protesto 'velado' e em família, digamos assim", disse o administrador Anderson Garcia, 42, que foi ao show com a mulher e as duas filhas, vestidos com o uniforme da seleção brasileira. Perto deles, havia pessoas vestidas de preto, enroladas em bandeira do Brasil, como a joalheira Fabiane Mosca, 41
Essa aparente indiferença em relação aos ídolos foi desconstruída assim que o vocalista Adam Levine pisou no palco com seu cabelo descolorido para cantar "Animals". Com seus celulares no modo câmera a postos, a plateia, majoritariamente feminina e que desembolsou de R$ 100 a R$ 650, seguiu histérica cada verso do hit.
Guiada pelo carisma de Levine, a banda prosseguiu com um selitst óbvio de inúmeros sucessos radiofônicos, divididos entre cinco álbuns de estúdio. Destaque para as faixas do primeiro trabalho da banda, "Songs About Jane", a gênese de um repertório que parece ter saído direto de uma festa no bairro paulistano do Itaim Bibi.
"Boa noite. Somos o Maroon 5. Obrigado", disse o galã Levine, em uma de suas parcas e protocolares conversas com o público, antes de transformar o Allianz em um karaokê de 45 mil pessoas, que cantaram à capela as primeiras estrofes da suingada "This Love".
No fim da música, o vocalista fez um solo com uma guitarra cor-de-rosa de modelo inspirado na mesma usada pelo virtuosista Steve Vai. O estádio tremeu em histeria pop, que prosseguiu quando o vocalista convidou fãs para cantar no palco e, em seguida, revelar que, à meia-noite, faria aniversário. O estádio veio abaixo.
"Maps", a romântica "Lost Stars" (tema do filme "Mesmo se Nada der Certo") e a sacolejante "Moves Like Jagger" completaram o serviço, que teve seu ápice com um Adam sem camisa e frenético em "Sugar", conhecida pelo clipe fofo em que o grupo invade festa de casamentos de desconhecidos. Dilma e Lula, ao menos nesse momento, ficaram em segundo plano.
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Esclarecendo: Não sou Peeettista... Não votei no PeTi! Sou a favor da Democracia e não quero que a Presidência "caia no colo" do PMDB e/ou do PSDB. Sou roqueiro e só pra citar dois shows fui no Ramonão no Olímpia em 1994 e 1996, entre outros ... Mas o $ não era o absurdo que é hoje pois a realidade do País era outra e também porque os Ramones só tiveram reconhecimento depois que três dos quatro integrantes morreram... O que me deixa indignado atualmente é que a maioria vai aos shows para fazer selfies só pra postar no face, instagram... O mesmo ocorre nas manifestações, estamos em plena "Geração Selfie"...E por último, mas não menos importante gostaria que tivesse alguma forma de votarmos para Presidente ainda este ano... Mas impeachment, enquanto não apresentarem as provas OAB e UNE não convocarem como fizeram em 1992 quando fui pra rua, sou contra!!
Bandinha mediocre... Não representa o Rock para mim.