"Gosto mais da América Latina do que dos EUA", admite John McLaughlin
Um dos responsáveis por popularizar o jazz fusion desembarca no Brasil para duas apresentações nesta semana, em São Paulo (29) e Porto Alegre (30). Ao lado de Miles Davis (clique nos links para ouvir), o guitarrista John McLaughlin transformou o gênero em álbuns como “Bitches Brew”, de 1970, e “Tribute to Jack Johnson”, de 1971.
Dividindo-se entre o clássico e a explosão sonora da Inglaterra no início da década de 1960, o começo na música não foi fácil. “Era impossível viver de jazz, então eu toquei R&B, soul e funk em estúdios. Mas o ambiente efervescente era fantástico, não tocava só Miles Davis e (John) Coltrane. Ouvíamos Beatles, Stones, James Brown, Hendrix, nessa época o Eric Clapton começou a aparecer também. Então a ‘fusão’ veio disso tudo”, contou o guitarrista por telefone ao UOL.
O primeiro álbum solo, “Extrapolation”, gravado em 1969, explorava o jazz da década, uma primeira tentativa de se aprofundar no meio musical. A mudança na carreira de John ocorreria meses depois, quando gravou o primeiro álbum com Miles. “Não dá para comparar a experiência que eu tive em gravar ‘In a Silent Way’. Miles era meu herói, um ídolo. Eu tive meu teste com ele nesse trabalho, e só depois pude perceber que, na verdade, ele me deixou guiar o lado B todo, foi um ato muito gentil dele”.
Com o sucesso da parceria de estreia, John aproximou-se cada vez mais de Miles e foi moldando o próprio estilo. “Eu ia na casa dele duas, três vezes por semana e ficávamos tocando sempre. Discutíamos qual a melhor nota, o que fazer na sequência de algum trecho musical. Então eu passei a ter uma ideia do que ele queria. Daí surgiu ‘Bitches Brew’, que foi gravado como uma gigantesca jam”, relembrou John.
Sempre flertando com o a música oriental e fascinado por escalas e improvisos da música indiana, o guitarrista seguiu a carreira solo após gravar o último trabalho com Miles, “Tribute to Jack Johnson”. Seja em um álbum-tributo a John Coltrane com o amigo Carlos Santana, ou com a complexa banda Mahavishnu Orchestra, criada na década de 1970, John sempre quis explorar diversas abordagens na música. E a The 4th Dimension, o atual grupo, foi montado com esse propósito.
“Essa banda é uma extensão de diferentes elementos que eu explorei ao longo da minha carreira, desde a Mahavishnu até o lado espanhol, com Paco de Lucía e Al Di Meola”, comenta John. “E é ao vivo que toda essa complexidade pode ser vista, que a influência de cada músico aparece”, completa.
John McLaughlin espera um público muito educado musicalmente nas apresentações do final de março. “Eu amo o Brasil, amo a América Latina. Na verdade, amo mais a América Latina do que os Estados Unidos. A audiência que tem que esperar de mim. E essa banda, sendo sincero, não conheço uma melhor. Eles tocam de tudo e nós nos divertimos juntos. E o mais importante: não tocamos notas apenas. Estamos contando histórias das nossas vidas. Como nós nos relacionamos com nossos colegas, como nossa família, com o universo. Então o público brasileiro pode esperar um ótimo show”, garantiu o simpático guitarrista.
John Mclaughlin & 4th Dimension
SÃO PAULO
Quando: 29 de março, às 21h
Onde: Teatro Bradesco - Rua Palestra Itália, 500 / 3º piso, Bourbon Shopping São Paulo
Quanto:
Frisa 3º andar: R$ 140
Frisa 2º andar: R$ 220
Frisa 1º andar: R$ 280
Balcão Nobre: R$ 460
Plateia (O a W): R$ 460
Plateia (A a N): R$ 490
Camarote: R$ 490
Vendas: www.ingressorapido.com.br e na bilheteria da casa (de domingo a quinta das 12h às 20h, Sexta e Sábado das 12h às 22h)
Duração: 90 min
Mais informações: www.teatrobradesco.com.br
PORTO ALEGRE
Quando: 30 de março de 2016, às 21h
Onde: Teatro do Bourbon Country - Av. Túlio de Rose, 80 / 301 - Porto Alegre
Quanto: De R$ 150 a R$ 500 (inteira)
Vendas: www.ingressorapido.com.br e na bilheteria da casa (De segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo e feriados, das 14h às 20h)
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