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Streaming impulsiona vendas de música pela primeira vez desde 1998

Spotify, Apple Music, Tidal e Deezer disputam o mercado do streaming musical no Brasil - Montagem/UOL
Spotify, Apple Music, Tidal e Deezer disputam o mercado do streaming musical no Brasil Imagem: Montagem/UOL

De agências internacionais

12/04/2016 12h06

As plataformas de streaming, como a Deezer, Spotify e a Apple Music, impulsaram as vendas mundiais de música em 2015 pela primeira vez desde 1998, anunciou nesta terça-feira (12) a IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica).

As vendas mundiais de música em geral e em streaming aumentaram 3,2% em 2015, alcançando 15 bilhões de dólares, devido a um forte crescimento de assinatura nos serviços em streaming, de acordo com o relatório divulgado.

É a primeira vez que as vendas aumentam mais que marginalmente desde 1998, quando cresceram 4,8% em relação a 1997. Ainda segundo a IPFI, também é a primeira vez que as receitas de distribuição de música digital superam as das vendas físicas, 45% do total, contra 39%.

"Depois de duas décadas de declínio quase ininterrupto, 2015 testemunhou marcos importantes para a indústria da música: o crescimento da receita mensurável globalmente, o consumo de música explodindo em todos os lugares e as receitas digitais ultrapassarem os rendimentos de formatos físicos pela primeira vez", disse o presidente da IFPI Frances Moore, em comunicado.

"Os números refletem uma indústria que se adaptou à era digital e emergiu mais forte e mais inteligente", afirmou.

Segundo a IPFI, as receitas provenientes da música digital cresceram 10,2% em 2015, chegando a US$ 6 bilhões, mesmo com o declínio acentuado do formato CD. A federação estima ainda que, atualmente, cerca de 68 milhões de pessoas no mundo estejam pagando por serviços de música digital

Apesar do crescimento, as vendas de música ficaram um terço abaixo das que foram registradas no final da década de 1990, quando os downloads ilegais de músicas no formato MP3 começou a se popularizar na internet.

Artistas ainda sofrem

A IFPI, no entanto, alerta que existe uma "fraqueza fundamental" por trás da melhoria desses números, já que o aumento do consumo não está resultando em remuneração justa para artistas e gravadoras.

Nos últimos tempos, vários cantores e bandas vêm boicotando o streaming, entre eles grandes estrelas pop como a britânica Adele, que se recusou a disponibilizar on-line seu álbum "25", grande sucesso de vendas de 2015.

Segundo Moore, são necessárias novas leis para que os artistas tenham assegurados proporcionalmente os direitos autorais de suas músicas nas plataformas de streaming.