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"Estamos esquecendo a democracia", diz Otto em ocupação no Rio

Arnaldo Antunes se apresenta em ocupação da Funarte no Rio

UOL Entretenimento

Anderson Baltar

Colaboração para o UOL, no Rio

18/05/2016 17h21

Atrações da programação cultural da ocupação do Palácio Capanema, no centro do Rio, os cantores Otto e Arnaldo Antunes criticaram, na tarde desta quarta (18), a extinção do Ministério da Cultura, agora uma secretaria subordinada ao Ministério da Educação, e o processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff.

Cerca de 500 pessoas compareceram ao vão de entrada da sede carioca da Funarte (Fundação Nacional de Artes), órgão vinculado ao MinC, para protestar e assistir a apresentações musicais e teatrais. O palco foi improvisado no local sobre um pequeno tablado.

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"A única coisa que sei, realmente, é da idoneidade da nossa presidente. Dilma foi humilhada. Ela é uma das pessoas mais honestas que já se viu", disse Otto antes de sua apresentação, que começou por volta das 17h. O encerramento aconteceu às 19h, com show do grupo sound system Digitaldubs.

"Supremo e o Cunha tiraram a presidente de forma no mínimo bizarra. Sem aparecer prova de roubo nem um ato ilícito. Essa briga pessoal da população está um inferno. A gente luta pela democracia. Vamos fazer eleições, um governo legítimo, de voto popular. A democracia é tão importante, e a gente está esquecendo dela", concluiu o cantor.

Nas paredes do prédio da Funarte, foram afixados cartazes criticando o governo do presidente interino Michel Temer e a deposição de Dilma Rousseff, ação classificada como "golpe" de Estado.

Durante as apresentações, gritos de "golpista" direcionados a Michel Temer foram repetidos em coro pela plateia, que teve o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Depois do show do cantor Otto, foi feito no local o anúncio do novo secretário de cultura, Marcelo Calero, atual secretário de cultura do Rio, e as vaias se intensificaram.

Mais cedo, o ex-titã Arnaldo Antunes já havia se apresentado, cantando à capela as músicas "Põe Fé Que Já É" e "Comida". "Não poderia deixar de vir para protestar contra o que estão fazendo com a cultura e a democracia", disse o músico para o público, majoritariamente jovem e composto principalmente por artistas, produtores culturais e simpatizantes do governo petista.

Segundo o organizador do evento, o produtor Júlio Barroso, a ocupação deve continuar na Funarte enquanto Michel Temer estiver na presidência. "Não imaginava ver o secretário Calero compactuando com um projeto tão retrógrado e alinhado com sete indiciados pela operação Lava Jato", afirmou, em referência à equipe ministerial escolhida pelo presidente interino.

Nesta quinta (19), a acoupação realiza uma assembleia para decidir os próximos passos do movimento. À partir das 16h, os shows continuam com Frejat, Leoni, Lenine e Pedro Luiz.

34 Comentários

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mdjr

Só q do Partido do Governo anterior da senhora mais honesta que ninguém duvida mas que não viu que roubaram tanto que até afundaram a Petrobrás além de todos os seus tesoureiros presos e marqueteiros e ex-Presidentes condenados na LavaJato e que colar cartazes nas paredes do Patrimonio Público é vandalismo porque depois tem que tirar cola ou durex e vai riscar as paredes e voces podem ter que pagar o estrago e que o Supremo pode querer que expliquem porque o Constitucional é Golpe (A Ministra Rosa mandou notificar a sra. Dilma para que ela explique o quer dizer com GOLPE porque é o Supremo que dirige o processo) e também que gritar no espetáculo é fazer gritaria de ofensas durante os espetáculos está longe de ser Cultura, é militancia.

AAMJR

Engraçadíssimo ler quantos escrevem loas à saúde e educação, mas não hesitam em defender um governo que quer retirar o máximo do apoio a estas funções sociais. Realmente, parece que os deputados daquele show de horrores representam uma parcela dos brasileiros, a que escreve nas áreas de comentários da internet. Equivalente em hipocrisia e despreparo cultural.

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