"O MinC não é de nenhum partido. É do Estado brasileiro", diz Caetano
Poucos artistas têm em sua trajetória artística a veia política de forma tão ressaltada. Forjado nos anos 60, em plena luta contra a ditadura militar, Caetano Veloso escreveu uma nova página em sua carreira de artista e militante político.
Sua presença na ocupação do icônico Palácio Capanema, sede da Funarte do Rio de Janeiro, deu ao movimento um ar de festival de música. Centenas de militantes —e também fãs— superlotaram a região dos pilotis do órgão público.
Porém, ao contrário do que fez em vários momentos de sua carreira, Caetano não fez dos discursos inflamados e polêmicos como a marca de sua apresentação.
Acompanhado de um violão, o cantor e compositor fez da música e de seus clássicos uma arma para manifestar em repúdio contra a decisão do presidente interino, Michel Temer, de extinguir o Ministério da Cultura (MinC). Em uma de suas poucas falas, Caetano pontuou: "O MinC não é de nenhum governo ou partido. É do Estado brasileiro".
Escalado para se apresentar junto de Caetano, Erasmo Carlos fez uma apresentação breve, com apenas duas canções. Logo em seguida, chamou o cantor baiano ao palco, que dividiram os vocais de "De noite na cama". Daí em diante, Caetano desfilou um clássico atrás de outro: "Odara", "Alegria, alegria", "Força Estranha" e "Terra". Enquanto apresentou "Índio", Caetano emocionou a plateia ao vestir um cocar.
O show, que deveria ter apenas meia hora se estendeu e ganhou ares de comício. Quando Caetano cantou o refrão de "Odeio" ("Eu odeio você"), a plateia respondeu em uníssono: "Temer". Durante "Luz de Tieta", o público criou um novo refrão, repudiando o perfil agora mais conservador do Congresso Nacional.
Políticos como Marcelo Freixo, Jean Wyllis, Jandira Feghali, Wadih Damous e Lindbergh Farias também compareceram ao evento, assim como os atores Renata Sorrah e Tim Rescala e os cantores Seu Jorge e Marcelo Jeneci, que deram canjas no palco.
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