"Mistura de Dio com Freddie Mercury", Ronnie Romero é a nova voz do Rainbow
Famoso não só pelo virtuosismo na guitarra, Ritchie Blackmore sempre foi um “olheiro” de novos cantores. Após chamar um desconhecido e espinhento garoto para se juntar ao Deep Purple em 1973, e outro baixinho e poderoso vocalista para a primeira formação do Rainbow, o músico aposta em um chileno desta vez.
Ronnie Romero será David Coverdale e Ronnie James Dio em três shows marcados para a volta do Rainbow, uma das maiores bandas de rock e hard rock da história. Tocando clássicos de ambos os grupos de Blackmore (um cover da música Stormbringer, do Deep Purple, está no vídeo acima), o teste inicial do novato será no Monsters of Rock, da Alemanha, nesta sexta-feira (17).
Além do guitarrista e do cantor, a banda ainda terá o baixista Bob Nouveau, baterista David Keith (ambos do Blackmore’s Night) e o tecladista Jens Johansson (Stratovarius).
Mesmo ocupado pela turnê com a banda Lords of Black nas últimas semanas, que ele fundou, Ronnie falou com o UOL sobre a oportunidade de tocar no Rainbow e da famosa comparação feita por Blackmore: “o novo vocalista é uma mistura entre Dio e Freddie Mercury”. Leia a seguir os principais trechos.
UOL - Como surgiu a oportunidade de tocar no Rainbow?
Ronnie Romero - Olha, eu acho que foi sorte, porque eles me encontraram no YouTube. Eu estava em uma banda cover do Rainbow há dois anos e tenho alguns vídeos cantando algumas músicas do grupo. Por outro lado também, dei uma boa impressão na primeira vez que nos encontramos. Claro que eu sempre fui um grande fã de Ritchie Blackmore, nunca imaginei que isso poderia acontecer, mas aqui estamos.
Você sentiu alguma pressão tocando alguns dos maiores clássicos do hard rock?
Não, agora eu estou tentando aproveitar esse momento e pegar todas as experiências para aprender e crescer. Ser o vocalista do Rainbow é um presente, então estou levando como uma grande oportunidade e nada mais. Não quero pensar em qualquer tipo de pressão, me sinto ótimo e sortudo, claro, mas eu sei que isso é uma grande responsabilidade. Apenas farei o meu melhor, tentar ficar no nível esperado e não desapontar ninguém.
Você começou cantando em um coral da igreja. Quando o heavy metal entrou na sua vida?
Eu nasci em uma família de músicos, então comecei cantando bem cedo. Eu comecei a cantar rock quando tinha uns 15 anos, com os amigos em um bar tocando músicas do Toto, Journey, Deep Purple, Jimi Hendrix, Led Zeppelim, Pink Floyd e outros. Então eu me considero mais um cantor de rock clássico do que de heavy metal.
Quais músicas do Rainbow e do Deep Purple você gosta mais de cantar?
Eu realmente adoro todos os trabalhos de Ritchie. Álbuns como “Machine Head”, “Burn”, “Rising”, “Long Live Rock and Roll” ou “Strangers In Us All”... não sei escolher um favorito, todas as músicas são especiais para mim.
Essa “mistura” de gerações pode ser uma das razões para que o rock continue se inovando?
Eu gosto de pensar nesse sentido mesmo. O rock precisa de renovação e de novos músicos. Então eu pretendo colocar meu grão de areia nisso.
Como vocês formaram Lords of Black? Fale sobre o som da banda: quais as influências e o que vocês esperam nessa nova turnê?
Eu conheci Tony [Hernando, guitarrista da banda] em um tributo para o Dio que ele fez há 4 anos em Madrid, na Espanha, e desde aquele momento nós sabíamos que deveríamos trabalhar juntos. O estilo de Lords of Black é uma mistura de todos os nossos gostos e influências. Gostamos de bandas de diversos estilos. Amamos os clássicos como Purple, Zeppelin, Thin Lizzy, mas também amamos os melódicos, tipo Toto e Journey. O engraçado é que também gostamos de grupos mais progressivos, como Dream Theater, Queensryche, Ark. Então juntamos todos esses elementos para homenagear essas bandas, às vezes mais pesados e outras clássico. Esse ano será incrível, vamos tocar em diversos países pelo mundo.
Blackmore disse que você é “uma mistura entre Dio e Freddie Mercury”. Você acha que tem algumas características desses dois cantores?
Olha, esses cantores são enormes influências para mim, com certeza, mas eu também adoro outros como Steve Perry, David Coverdale, Jorn Lande e Russell Allen.
Sua voz é realmente muito similar com a do Dio e os covers do Deep Purple que você faz são sensacionais. Você prefere o Purple com o Ian Gillan ou com o Coverdale?
Eles são diferentes em tantas formas, e cada um tem algo especial, fica difícil comparar. Eu prefiro os dois nos próprios estilos únicos. Ambos tiveram grande impacto para mim.
Como foram os ensaios com o Rainbow e como é trabalhar com Blackmore?
É demais! Blackmore é uma grande pessoa, todo o time e a família dele também. E a banda está soando sensacional!
Existe alguma chance de uma turnê mundial com o Rainbow? Seria incrível ver você e Blackmore no Brasil.
Por enquanto, eu apenas sei que teremos três shows. Claro que eu espero que isso continue o quanto der. Eu ficaria honrado com isso, o Brasil sabe fazer barulho!
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