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Família de Cristiano Araújo vai lançar materiais inéditos do cantor

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

24/06/2016 06h00

Passado um ano da morte de Cristiano Araújo, o legado do cantor sertanejo começará a ganhar vida. Diversos materiais inéditos do artista, que morreu após sofrer um acidente de carro, são planejados para serem lançados até o ano que vem. "O trabalho começa agora", define Rafael Vannucci, ex-empresário do cantor, sobre a obra que Cristiano deixou e que está sendo cuidadosamente administrada pelo pai, João Reis, e pelo irmão mais novo, Felipe Araújo.

Vannucci contou que o ano que se passou foi dedicado para organizar o legado de Cristiano. "Os herdeiros legítimos dele são seus dois filhos, menores de idade, que vivem com suas respectivas mães. Resolvemos todas as pendências para que eles recebam tudo que é de direito. Também regularizamos a sociedade da empresa JB Assessoria [que cuida do espólio do cantor]. Demorou um ano para fazer tudo isso", disse ele, que é sócio de João Reis, ao UOL.

Com a empresa organizada, Vannucci e João Reis estão trabalhando nos materiais que chegarão às lojas nos próximos meses. "Vamos lançar um CD e um DVD de inéditas, um DVD ao vivo, um DVD de duetos e um tributo. Vamos lançar também uma biografia escrita pelo pai e um documentário, além de um álbum de fotos", adiantou. Os novos trabalhos, de acordo com o empresário, ainda não têm títulos nem data de lançamentos definidos.

Vida que segue

A família preferiu não se manifestar na data com shows tributos, homenagens ou grandes eventos. Vannucci disse que a única programação que a família fez por ocasião da morte foi encomendar uma missa para o cantor e a namoradaAllana Moraes, realizada na última quarta-feira (22) na igreja Nossa Senhora da Assunção, em Goiânia. Felipe Araújo também vai seguir sua agenda. "O Felipe vai continuar fazendo shows normalmente", disse Vannucci.

Capa do livro "Onze Mil Horas", do fotógrafo Flaney Gonzallez - Reprodução - Reprodução
Capa do livro "Onze Mil Horas"
Imagem: Reprodução

"A única homenagem oficial feita ao cantor foi o livro do fotógrafo Flaney Gonzallez", disse o empresário. O livro "Onze Mil Horas" foi lançado nesta semana de maneira independente. Nele, o fotógrafo conta como foi o período de 1 ano e quatro meses que passou ao lado do cantor. A obra tem mais de 200 fotos e 312 páginas de texto. "Não é um livro para falar da morte do Cris. É um livro para celebrar a vida. Eu mostro como o cantor era divertido e como ele amava o seu trabalho", disse Flaney ao UOL. "Ele gostava de jogar futebol, de jogar videogame, de curtir os filhos, assim como qualquer pessoa".

Flaney registrou também o último show de Cristiano, em Itumbiara, no sul de Goiás. Naquela noite, ele saiu mais cedo da apresentação e foi para casa em outro carro. "Conto em detalhes no livro os momentos que vivemos naquela noite", disse. Das histórias do livro, Flaney se lembra de uma engraçada, porém que irritou Cristiano. "O pessoal do marketing postou na rede social dele que o Wesley Safadão era o seu amor. Na realidade, era para terem escrito amigo. O Cris ficou irado, mas levou na brincadeira".

Abismo cultural

À época da morte de Cristiano, diversos setores da sociedade apontaram o "abismo cultural" entre os fãs de sertanejo e aqueles que não sabiam da existência dele. "Acho uma bobagem essa história", disse Vannucci. "O que ocorreu foi a morte de um artista reconhecido pelo grande público. Existem pessoas que apoiam e pessoas que não apoiam. É assim em qualquer trabalho", minimizou. "Sabíamos que o Cristiano Araújo tinha força no sertanejo, mas até a gente só foi perceber o tamanho desta força após a sua morte".

Para o empresário, a música sertaneja é um patrimônio nacional que já formou três gerações de artistas. O trabalho de Vannucci agora segue com o irmão de Cristiano. "O Felipe está completando dez meses de carreira solo. É claro que vão compará-lo com o Cristiano pelo resto da vida, mas estamos trabalhando para mostrar a sua verdade e seu talento".

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