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"Volto para o Bon Jovi, mas só se for para um show só", diz Richie Sambora

Richie Sambora posa ao lado da guitarrista australiana Orianthi  - Divulgação/Newland Welinton
Richie Sambora posa ao lado da guitarrista australiana Orianthi Imagem: Divulgação/Newland Welinton

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

08/07/2016 06h00

Há três anos longe do Bon Jovi, o guitarrista Richie Sambora já decidiu que irá retornar à banda, e provavelmente isso acontecerá em um futuro próximo. Mas, fã, não se engane. Será apenas “uma coisa de um show só, um festival beneficente, algo assim”.

“Conversei com ele [Jon Bon Jovi] algumas semanas atrás. Está tudo certo entre a gente. Sem ressentimentos. Nós vamos voltar um dia, talvez para uma apresentação especial”, diz Sambora ao UOL, em entrevista por telefone.

O foco, Sambora ressalta, é a carreira solo ao lado da guitarrista e cantora australiana Orianthi, com quem se apresenta duas vezes neste fim de semana em São Paulo: nesta sexta (8), no Tom Brasil, e neste domingo (10), de graça, no auditório auditório Ibirapuera.

Na bagagem dos shows no país, onde já esteve quatro vezes com o Bon Jovi, ele traz hits e um apanhado de covers de blues, rocks clássicos e pinceladas de sua carreira solo, que este ano ganhará o quarto álbum de estúdio, “Rise”.

Embora reconhecido como virtuoso, dono de uma já longa carreira individual –seu primeiro disco, “Stranger in This Town”, foi lançado há 25 anos– , Richie precisa sempre voltar ao tema do antigo grupo em toda entrevista que dá. Mas jura que não se incomoda.

Após um período espinhoso no relacionamento com o vocalista, ele foi afastado do Bon Jovi em 2013 por supostos abusos com drogas e álcool. Jon teria dado um ultimato ao colega. Sambora, porém, dá uma versão diferente. Ele reconhece os problemas, mas eles não teriam sido o motivo da saída.

Richie Sambora e Orianthi fazem dois shows neste fim de semana em São Paulo - Getty Images - Getty Images
Richie Sambora e Orianthi fazem dois shows neste fim de semana em São Paulo
Imagem: Getty Images

“Eu estive na banda por 30 anos. E, sinceramente, eu não estava me sentindo muito inspirado pelo caminho que a música estava indo. Era algo diferente do que eu queria”, argumenta o músico, que credita a saída à rotina de gravações e turnês ininterruptas.

“Muitas bandas não duram cinco anos. Mesmo com exceções como os Stones ou o U2, eles sempre tiram um tempo para eles. Às vezes alguns anos. No Bon Jovi, isso nunca acontecia. Era um trabalho constante. Tivemos duas semanas de folga em 30 anos.”

Dizendo-se finalmente à vontade, Sambora comemora a nova fase ao lado de “Ori”, a quem conheceu em uma jam session no Réveillon de 2014. O entrosamento no palco rapidamente migrou para o campo pessoal. Hoje eles são namorados, e a parceria não deve ser desfeita tão cedo.

“Estamos nos divertindo muito na turnê, muito imersos na música. Antes, na banda, eu não podia ter uma vida em família, digamos assim. Nunca tinha essa oportunidade de me aproximar das pessoas e de outros músicos de verdade. Agora, deixo a porta aberta, e nunca sei quem vai aparecer.”

Amigos de Prince

Fã e amigo eventual de Prince –a semelhança da levada de “I'll Be There For You”, do Bon Jovi, com “Purple Rain” não é mero acaso–, Richie Sambora conta que recebeu com “coração partido” a notícia da morte do artista em abril. Sobretudo porque não houve chance de despedida.

Já Orianthi teve essa oportunidade sem saber, sete meses atrás. "Eu estava correndo na esteira, na casa dos meus pais na Austrália, e ele me ligou. Ele queria saber com estavam as coisas, como estava sendo tocar com o Richie, que ele ele o adorava", revela ao UOL a guitarrista de 31 anos, ex-integrantes das bandas de Alice Copper e Michael Jackson.

"Conversamos um pouco, e daí ele me convidou para ir na casa dele e jogar pingue-pongue. Era sério. Ele adorava pingue-pongue. Jogava pingue-pongue o tempo inteiro!”