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Ivete diz não sentir crise e dispara contra homofóbicos: "inadmissível"

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

27/07/2016 18h53

Lançando seu novo CD/DVD ao vivo, "Acústico em Trancoso", Ivete Sangalo negou nesta quarta (27), em entrevista coletiva realizada em São Paulo, que a atual crise que o Brasil atravessa tenha afetado sua rotina de apresentações.

O número menor de apresentações que vem fazendo nos últimos anos, segundo ela, tem a ver com o fato de estar conciliando diversas atividades paralelas, incluindo compromissos publicitários, de televisão e até a recente maternidade. "Eu não viveria se fizesse tudo que fazia", afirmou Ivete.

"Não posso dizer que senti a crise, mas ela existe. Dentro dela, a gente encontra saídas. Temos pensado em parcerias com contratantes para viabilizar os shows. Damos um passo para trás para depois dar três para frente. Mas não vamos fazer shows se eles só valerem a pena só para o artista. Tem que estar em sintonia com o fã."

Reproduzindo involuntariamente a frase do presidente interino Michel Temer "crise se supera com trabalho", Ivete afirmou ainda que é natural que o entretenimento sofra em momentos de retração econômica, já que não é uma necessidade básica do brasileiro.

Questionada sobre a atual onda conservadora no país, muitas vezes extremista, a baiana deixou de lado sua característica descontração para voltar a bater na tecla de que a homofobia é "inadmissível".

Recentemente, após saber da morte do promotor de eventos baiano Leonardo Moura, vítima de ataques homofóbicos, Ivete publicou nas redes sociais um vídeo alvejando duramente a intolerância contra homossexuais.

"O lado bom de ser famoso é poder falar algo realmente relevante para as pessoas. Eu sempre procurei não interferir na decisão das pessoas", afirmou a cantora, antes de dar início a um longo discurso em prol da causa LGBT.

"Eu posso mudar minha opinião politicamente, mas há algo que nunca vai mudar: você não pode de forma alguma desrespeitar alguém por ele ser homossexual. Se o homossexual pode mudar alguma coisa na sua vida, é para melhor."

"O mundo está como está porque as pessoas não se libertam, porque há muito amor reprimido. Hoje não existe opinião, existe julgamento. E essa roda uma hora acaba caindo sobre você. Tanto os gays quanto as mulheres querem respeito, não ajuda."