Em "Glory", Britney Spears experimenta mais, mas perde bonde para novinhos

Se tem uma coisa que os fãs de Britney Spears sempre concordaram é que já estava na hora de a cantora deixar a preguiça de lado e, finalmente, lançar um bom disco. E o resultado de todo esse clamor é "Glory", seu 9º álbum pronto para sair do forno.
O disco chega às lojas na próxima sexta-feira (26), mas vazou na íntegra no início desta semana e circula livre, leve e solto pela internet. Apesar de chegar com uma capa descuidada --há rumores de que a foto é uma imagem retirada do clipe de "Make Me..."--, o trabalho tira Britney daquele piloto automático que comanda sua carreira há anos.
Para "experimentar novos sons", como ela mesma tem dito em entrevistas, a cantora escalou um time de produtores, experientes e novatos, para correr atrás das últimas novidades da música pop --aquela que, nos últimos anos, viu a batida do trip-hop e do R&B dar um novo sentido ao gênero.
A missão é cumprida em partes. O banho de produção é intenso e coloca a princesinha do pop realmente à frente de seus últimos trabalhos, os fracos "Femme Fatale" (2011) e "Britney Jean" (2013), mas sua voz ainda se perde em uma emaranhado de efeitos e auto-tune.
Mais do que isso, a veterana viu, literalmente, a banda passar. "Glory" é um esforço tardio e chega com a mesma pegada e personalidade de uma fornalha de novos artistas, que aproveitaram o caminho aberto por Britney Spears no fim dos anos 1990.
Por mais que canções como "Make Me..." e "Hard to Forget Ya" possam ser muito boas, a sensação de déja-vù é inevitável. Selena Gomez, Ariana Grande, Katy Perry, Demi Lovato e até Justin Bieber já experimentaram essa mesma onda em discos passados e fazem com que Britney soe mais velha do que seus 34 anos.
Veja as primeiras impressões de "Glory":
"Invitation"
Não, não se trata de um disco de Katy Perry, como as primeiras notas podem soar. A canção romântica e chill, cheia de sintetizadores, mostra uma Britney Spears mais angelical.
"Make Me..."
Britney arrisca agudos em meio a efeitos já ouvidos em discos de Justin Bieber e Ellie Goulding. A canção sobre sexo e luxúria, no entanto, colocou a cantora de volta ao número 1 das paradas (pelo menos no iTunes).
"Private Show"
Com batida de R&B, é uma das melhores músicas do disco, mas a voz da cantora se perde em um emaranhado de efeitos. Ela tenta interpretar a canção como se pede, mas acaba soando como uma alienígena.
"Man on the Moon"
A imagem cósmica serve para falar de um amor perdido. A produção dá um tapa em uma típica canção de Britney, e adiciona riffs de guitarra discretas e até orquestra ao fundo. É do produtor Jason Evigan, o mesmo da canção "Ghosttown", de Madonna.
"Just Luv Me"
Com batida semelhante a de "Make Me...", a voz de Britney aparece mais límpida. Claramente inspirada em Justin Bieber e The Weeknd.
"Clumsy"
O título da música diz tudo: desajeitada (traduzindo para o bom português). É uma mistura de EDM com uma pegada burlesca, tem batida futurista e seu inconfundível "ooops" no refrão. Foge do óbvio.
"Do You Wanna Come Over?"
Um dos pontos altos do disco vem com toques no violão e uma batida de synth pop. Talvez seja a que mais lembre aquela Britney do passado, da boa fase de "In the Zone".
"Slumber Party"
Um reggae com sintetizador faz a cama para um papo picante entre Britney e um cara. "Você e eu / Nós não vamos dormir esta noite", ela canta no refrão.
"Just Like Me"
Enfim, a voz de Britney sem efeitos e com um arranjo simples ao violão. Mas não se engane: é só na introdução.
"Love Me Down"
Com inspiração de dubstep, é uma boa canção pop que deve fazer a festa dos antigos fãs.
"Hard to Forget Ya"
Batidinha mais tropical, com gosto de trip-hop. Mais uma música que vem The Weeknd na cabeça. Feita para a pista.
"What You Need"
Elementos burlescos e funkeados, com metais e um clima Las Vegas, provavelmente influenciada pela temporada de shows que fez na cidade norte-americana. É uma boa surpresa, mas a voz dela está mais uma vez irreconhecível.
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