"O funk contribui para o Brasil tanto quanto o samba", diz Caetano Veloso
Convidado do programa "Bagulho Louco com Mr Catra", estreia de Mr Catra no Multishow, Caetano Veloso comparou nesta quarta (24) o funk carioca ao samba, afirmando que esses dois ritmos nascidos no Rio foram igualmente perseguidos e sobrevalorizados.
“Os batuques [do samba] eram proibidos, interditados pela polícia. Sem falar no candomblé. O funk tem contribuído para realidade brasileira tanto quanto o samba”, disse Caetano, após Catra referir-se ao baiano como um “proibidão” da ditadura militar.
Na conversa, o convidado frisou que viver sob o governo militar “foi horrível” e que as pessoas que pedem a volta dele em protestos ou são desinformadas ou são simplesmente más.
“Eu fui preso sem direito a habeaus corpus”, continuou Caetano. “Não tinha os direitos que há hoje, principalmente depois do AI 5. Em 68, fomos presos eu e Gil. O Geraldo Vandré eles queriam matar.”
“A gente ficou exilado em Londres e queria cantar uma canção nesse período. Queria dedicar à memória de Geneton Moraes, grande jornalista brasileiro a quem eu amava imensamente.”
Durante o programa, Catra e Caetano apresentaram as músicas "Adultério”, “Para de Kaô”, “Baile de Favela” e “Malandramente", além "Fora da Ordem" e "Beleza Pura".
Durante a gravação do programa, o baiano ainda se arriscou e cantou um trecho da já clássica "Só Um Tapinha", do grupo Bonde do Tigrão.
"Hoje, eu comemoro um dos maiores momentos da minha carreira que é o meu primeiro programa ao lado de um cara que sou muito fã e amigo, o Caetano. Quero dividir essa emoção com todos que gostam de música brasileira”, disse Catra.
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