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Britânico Calum Scott se surpreende com fama no Brasil: "Ivete é a meta"

Calum Scott: do "Britain"s Got a Talent" à parceria com Ivete Sangalo - Reprodução/Facebook
Calum Scott: do "Britain's Got a Talent" à parceria com Ivete Sangalo Imagem: Reprodução/Facebook

Mariana Costa

Colaboração para o UOL, no Rio

23/09/2016 18h16

"Parte dos meus maiores fãs é de brasileiros, e eu não sei explicar o porquê". A dúvida do britânico Calum Scott não é absurda: o cantor de 27 anos apareceu para o mundo na edição 2015 do reality show de talentos "Britain's Got a Talent", programa que não é exibido no Brasil. Scott não tem um disco sequer gravado, mas foi convidado a vir ao país para se apresentar na cerimônia de encerramento da Paraolimpíada da Rio-2016 ao lado de Ivete Sangalo, com quem gravou a música "Transformar". E ele continua sem entender.

O que Scott parece não saber é como a presença do público brasileiro na internet é intensa. Sua única música de trabalho é uma releitura intimista de "Dancing On My Own", da cantora Robyn, versão que o colocou entre os finalistas do "Britain's Got a Talent". Ele lançou um clipe para esta versão em junho deste ano, que está atualmente com quase 25 milhões de visualizações no YouTube, e o Brasil é quarto país que mais assistiu ao vídeo, atrás de Reino Unido, Estados Unidos e Irlanda.

Calum Scott - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Calum Scott tira foto com fãs brasileiros
Imagem: Reprodução/Facebook

A precoce carreira de sucesso, especialmente por aqui, é um exemplo da força da internet para tornar artistas como Scott fenômenos em lugares que eles nem imaginam. "É muito importante para um artista ser descoberto pela internet. Justin Bieber foi descoberto pela internet. Meu empresário me descobriu pela internet. A internet é o tipo de coisa que faz com que seu alcance seja muito maior. Venho ao Brasil e aqui as pessoas me conhecem. Eu não sei se estaria aqui sem a internet", disse Scott ao UOL, destacando a forte presença dos brasileiros em suas redes sociais.

Com um timbre que passeia entre Adam Levine (Maroon 5) e Chris Martin (Coldplay), ele chamou a atenção do poderoso produtor Simon Cowell, jurado e criador do programa "Britain's Got a Talent". Embora não tenha sido suficiente para que vencesse a competição --onde ele derrotou, inclusive, a irmã cantora--, a apresentação impecável no reality britânico viralizou e fez com que Scott, que veio da pequena Hull, no norte da Inglaterra, ganhasse milhares de fãs em todo o mundo. Daí para ser contratado por uma grande gravadora e receber o convite para cantar no Maracanã, bastaram alguns milhões de visualizações.

A versão de "Dancing On My Own" foi gravada inicialmente por ele em seu quarto, de forma independente, em março deste ano. A repercussão na internet e nas plataformas de streaming fez com que, poucos meses depois, ele assinasse com a Capitol Records. Hoje as três versões que fez da mesma canção já somam 113 milhões de visualizações, segundo a Universal Music, gravadora que o representa no Brasil.

O primeiro disco e a fama de Ivete

A passagem dele pelo Brasil serviu também para que Scott tivesse uma breve introdução à música brasileira. Apesar dos elogios à Ivete e sua performance de "Alegria" no Maracanã ("Ouvi por alguns instantes e ficou na minha cabeça por horas", ele conta), Scott parece ter sido fisgado mesmo pela Nação Zumbi, que também se apresentou na cerimônia de encerramento. "Não conheço muito música brasileira, mas teve uns caras que tocaram na festa que eu achei realmente demais", disse, referindo-se à banda pernambucana.

Entre suas influências musicais mais relevantes, Scott destaca Michael Jackson e Adele. "Adoro o fato de ele cantar, dançar e atuar, e admiro a mensagem que ele passava para o público através de sua música. Adele também é uma outra grande influência, ela tem uma voz incrível e uma personalidade maravilhosa. Assim como Ivete, que é encantadora, engraçada e tem uma grande presença", diz o cantor, ainda espantado com a fama e o carisma da colega baiana.

Scott diz que adoraria fazer sucesso como Ivete no futuro. "Não sei se será possível ser tão famoso quanto ela, é uma grande questão. Ivete é a meta", brinca Scott que, por trás do jeito tímido e rosto angelical, parece dispor de uma personalidade segura e determinada.

O seu álbum de estreia, no entanto, deve seguir uma linha mais romântica. Ainda sem data de lançamento, Scott conta que provavelmente "vai fazer as pessoas chorarem. Eu adoro cantar músicas de amor, baladas e canções com sentimento, gosto de me conectar com meus fãs assim", antecipa.

Calum Scott e Ivete Sangalo - Marcelo Cortes/Foto Arena/Estadão Conteúdo - Marcelo Cortes/Foto Arena/Estadão Conteúdo
Calum e Ivete Sangalo na festa da Paraolimpíada
Imagem: Marcelo Cortes/Foto Arena/Estadão Conteúdo