"Queria encorajar a comunidade", diz metaleiro "true" que enfrentou furacão
Lane Pittman, 24, jura que não tinha intenção de virar meme. Mas é difícil acreditar: sem camisa e com a bandeira americana em punho, ele ignora o perigo e balança violentamente a cabeça ao som de "Raining Blood", do Slayer, enquanto o furacão Matthew se aproxima perigosamente de sua cidade natal Jacksonville Beach, na Flórida.
Feito pelo pai no aplicativo Snapchat e postado nas redes sociais, o vídeo rapidamente atingiu 20 milhões de visualizações da internet como um insólito (e hilário) exemplo de orgulho "true metal" —o metal corajosamente verdadeiro, popularizado pelo "guerreiros" do grupo Manowar.
Segundo Pittman, a primeira ideia era apenas tirar uma foto (veja no fim do texto) para postar nas redes sociais e encorajar a comunidade ante ao caos iminente. Era fazer o clique e correr para dentro para se proteger. “Eu estava na casa nos meus pais defendendo o nosso lar”, conta ao UOL o "metal warrior".
“Fiquei muito p* com o Matthew ameaçando minha terra e minha gente. Eu já tinha pensado em fazer esse 'headbanging' antes, mas aí um amigo da minha família me pediu para gravar”, diz o caixa de pizzaria, professor substituto e, nas horas vagas, guitarrista na banda local Ksick.
“Na hora, pensei que, se tivesse que sair para a batalha e representar o meu país, eu precisava de alguma ajuda da milícia do metal conhecida como "Slayer". Então, ensinei meu pai a usar o Snapchat, e, de alguma forma, tudo saiu milagrosamente cronometrado.”
Para a felicidade geral, a tormenta poupou a vizinhança do jovem na Flórida, um dos estados mais afetados pela devastação. Mesmo com vários pontos de alagamentos e árvores e objetos como um trampolim espalhados pela rua, ninguém se feriu no local. “Se esse otário não tivesse tomado o rumo do leste, tudo aqui estaria ferrado.”
Empunhar um mastro sem medo de parecer ridículo não é novidade para Pittman. Um de seus bicos mais regulares é de animador de torcida do Jacksonville Jaguars, time profissional de futebol americano da cidade.
Curiosamente ou não, esses não são os seus primeiros 15 minutos. Em 2015, ele virou notícia na TV local ao ser preso depois de "perturbar a ordem pública" tocando o hino americano na guitarra no meio da rua, no último volume.
Nacionalista com viés republicano, diz que não votará nas próximas eleições presidenciais por não se sentir representado. O voto não é obrigatório nos EUA. “Eu não posso acreditar que deixamos estes dois ‘troços’ chegarem à disputa para representar nossa grande nação”, dispara.
“Há muita gente zoada governando as nações hoje em dia. Nós precisamos nos lembrar que eles não refletem o que nós somos e o que queremos. Não posso falar pelo Brasil, mas os EUA precisam perceber o quanto estamos consentindo com a corrupção”.
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