MC Guimê, do funk ao pop: "Artista tem que se adaptar ao que está rolando"
MC Guimê, o principal representante do funk ostentação, também é pop. Depois de estourar há quatro anos com "Plaquê de 100", ele agora lança seu primeiro disco de estúdio, "Sou Filho da Lua", que chegará na sexta-feira (11) às lojas e aos serviços de streaming. "Era uma das coisas que faltavam na minha carreira", admite o funkeiro ao UOL.
O álbum pouco lembra o estilo musical que alçou Guimê à fama e traz, entre outras, participações de artistas como Marcelo D2, Negra Li, Emicida, Claudia Leitte e Rael, além da cantora carioca Lexa, noiva dele e que acompanhou a entrevista. "O pop é próximo do meu trabalho porque o pop no Brasil é o que toca na rádio e TV. Como artista, quero que minha música seja ouvida. O artista tem que se adaptar a tudo que está rolando. É uma lei da arte", ele afirma.
A festa de lançamento de seu álbum, marcada para a próxima semana em São Paulo, foi orçada em R$ 500 mil, de acordo com um comunicado divulgado pela própria assessoria do artista. "Prefiro nem falar quanto eu ganho. Ganho bem pra caramba. Dá para comer o que eu quero todo dia, camarão ou bife na frigideira".
Aos 24 anos, Guilherme Aparecido Dantas é amigo de Neymar, já colocou seu nome em um hino não-oficial da Copa do Mundo de 2014, música em abertura de novela da Globo e conquistou cadeira VIP na São Paulo Fashion Week, principal evento de moda do país. "Sou bem recebido na quebrada, na favela e numa casa de milhões de reais em qualquer lugar do Brasil. Não é porque eu vim debaixo que eu tenho que ficar embaixo. Eu vim debaixo e eu tenho que ir para cima, cada vez mais para cima. Nós temos o direito. Ninguém veio para sofrer. E tudo que eu plantar honestamente, eu vou usufruir".
UOL - Você já está com uma carreira estabelecida e tem uma base de fãs que te segue. Por que lançar um disco agora?
MC Guimê - Era uma das coisas que faltavam na minha carreira. Cada dia é um dia de fazer o que tem feito e planejar o que deve ser feito amanhã. Muitas coisas ainda faltam para fazer, mas o disco era o principal fator. Com ele, virão outras coisas. Vai ter o novo show também. Eu queria tomar esse caminho na minha carreira.
Seu disco soa mais pop e menos funk. Você está mudando seu estilo?
Sempre fui muito eclético. Eu não tenho limites quando se fala em música. Desde o começo da minha carreira, quando cantava "Tá Patrão" e "Plaquê de 100", eu já tinha feito parcerias com a galera do samba. Então eu sempre fui um MC, sempre fui funkeiro, sempre tive o dom do rap, nunca tive barreiras. O pop é próximo do meu trabalho porque o pop no Brasil é o que toca na rádio e TV. Como artista, quero que minha música seja ouvida. O artista tem que se adaptar a tudo que está rolando. É uma lei da arte.
Você é cantor e compositor, mas toca algum instrumento também?
Como artista, eu canto e componho. Graças a Deus, minhas composições são boas, de qualidade e fazem muito sucesso. "País do Futebol" e "Suíte 14" servem de exemplo. Saí de Osasco e gravei com Zezé Di Camargo & Luciano, fiz clipe com o Neymar. Mas eu não toco nenhum instrumento. Sei tocar na bateria eletrônica, mas tenho vontade de aprender violão, cavaquinho e bateria. Meu foco é escrever. Sou compositor e cantor. Não tento fazer mil e uma coisas.
Qual é a ideia de "Sou Filho da Lua" no título do álbum?
Eu sempre fui muito próximo da noite. Vivo a música e a vida noturna. Consegui viver e aprender com isso. Com três, quatro anos de carreira, eu realmente, sou o filho da lua. Eu vivo na noite e falo disso no disco.
"Fato Raro" é uma homenagem à sua noiva, Lexa, que também participa do disco. Como é a relação de vocês na música?
Você se considera politicamente incorreto?
Eu procuro ser politicamente correto para mim. As pessoas podem até me julgar, mas eu nunca vou me desagradar para agradar o próximo. Em nenhum momento eu desmereço as mulheres. Sinceramente, tem uma pá de coisas que não estão corretas por aí. A minha parada é o meu trabalho e ouve quem quer.
Você veio da periferia e canta o funk ostentação, circula entre os ricaços e nas quebradas. Onde se sente mais à vontade?
Me sinto à vontade na minha casa, de samba-canção e chinelo, com a minha mulher. Na rua, com o povo, todos são iguais. O que muda é só o lugar. É uma verdade do Brasil e do mundo que, com dinheiro, você chega em alguns lugares que você não chegaria sem [dinheiro]. Foram sonhos realizados. Nunca tinha andado de avião antes do funk. Aprendi a circular em todos os lugares. Sou bem recebido na quebrada, na favela e numa casa de milhões de reais em qualquer lugar do Brasil. Não é porque eu vim debaixo que eu tenho que ficar embaixo. Eu vim debaixo e eu tenho que ir para cima, cada vez mais para cima. Nós temos o direito. Ninguém veio para sofrer. E tudo que eu plantar honestamente, eu vou usufruir.
A festa de lançamento de seu disco foi orçada em R$ 500 mil...
Eu tenho muito cuidado com o meu trabalho e meus investimentos. A festa de lançamento, necessariamente, precisa de uma boa estrutura. São todos valores estimados. Sinceramente, prefiro nem falar quanto eu ganho. Ganho bem pra caramba. Dá para comer o que eu quero todo dia, camarão ou bife na frigideira. A vida já me deu perrengues demais. Eu mereço, sim, ter uma vida legal e bacana. O dinheiro com a festa valeu porque o disco foi lançado.
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