Chuva para Iorc, funk de Anitta e coro para Demi: o que rolou no Z Festival
Pop nacional, música eletrônica, MPB, rap, funk e pop internacional representados por Manu Gavassi, Cheat Codes, Tiago Iorc, Projota, Anitta e Demi Lovato. Este foi o cardápio que o Z Festival ofereceu para o seu jovem público estimado em 20 mil pessoas neste sábado (10) em São Paulo.
Em sua quinta edição, o festival trouxe a norte-americana Demi Lovato como sua principal atração. A cantora foi anunciada menos de três meses antes do evento, substituindo Selena Gomez, que cancelou mais de 30 shows de sua turnê mundial "Revival" por problemas de saúde.
A mudança repentina não foi problema para o público-alvo, que divide a mesma paixão pelas cantoras e amigas. Tanto no visual como na atitude, as crianças e adolescentes que encheram aos poucos as cadeiras e o gramado do Allianz Parque fizeram uma verdadeira celebração à diversidade, prova de que entenderam bem o discurso da estrela maior da noite.
A organização também acertou ao montar a estrutura do palco no meio do estádio, evitando buracos na pista e arquibancadas e agradando visualmente. O layout diminuiu o tamanho do show, mas ainda assim permitiu a circulação com total conforto e serviços básicos como bares, banheiros e pontos de alimentação sem filas.
Mesmo com vários pais presentes que acompanhavam os menores de 14 anos, não houve o comércio de bebida alcoólica, diferente do que acontece nos outros shows na casa do Palmeiras. Os adultos tiveram de se contentar com água, refrigerante e sucos durante as 7 horas de música.
Registros fotográficos e vídeos amadores também não faltaram. Quatro das seis atrações do Z Festival levaram seus próprios smartphones para o palco e registraram o público. Emocionada pela constelação de luzes de celulares (alguns realmente transformados em estrelas pelos fãs), Demi Lovato sacou seu iPhone rosé e gravou snaps. A outra atração internacional, o trio de DJs Cheat Codes, passou quase o show todo com os aparelhos em mãos.
As atrações
Com uma escalação mais brasileira do que internacional, a tarde de sábado começou às 16h ao som de Manu Gavassi. Depois de encerrar seu show de 30 minutos, a cantora de 23 anos até tentou se juntar ao público para assistir seus colegas, mas virou alvo fácil de selfies e teve de ser levada de volta para os bastidores na companhia de seguranças. Mesmo assim, ainda atendeu alguns pedidos de fotos e parou para conversar com os fãs.
Pouco conhecidos no Brasil, o trio de DJs Cheat Codes veio direto de Los Angeles e preencheu a cota de revelações de todo festival de música que se preze. Com alguns sons próprios, entre eles uma parceria com Robin Schulz e David Guetta, os meninos cumpriram a missão e transformaram o Allianz em matinê.
Tiago Iorc trouxe a chuva junto com o seu maior hit, "Amei Te Ver". Queridinho dos adolescentes, o cantor conduziu 40 minutos de show só na voz e violão com espaço para músicas de outras épocas. O músico interpretou "Hallelujah", hino de Leonard Cohen, e "Sorte", sucesso nas vozes de Gal Costa e Caetano Veloso.
Representando o rap nacional, Projota inaugurou a estrutura com banda e empolgou com os seus hits de rádio "Ela Só Quer Paz" e "Elas Gostam Assim". O rapper ainda brincou com o público que já esperava ansioso por Demi Lovato na grade das pistas premium e comum. "Eu sou fã da Demi também, vocês podem bater palma para mim."
Histeria e harmonia
Anitta aqueceu oficialmente o público de Demi Lovato com 1 hora de show, sendo 15 minutos dedicados a um verdadeiro baile funk. Visivelmente animada com a quantidade de pessoas presentes, a cantora carioca interagiu bastante com o público paulistano.
"Um tempo atrás era uma luta fazer tocar funk em um festival como esse. Preconceito é uma coisa complicada, mas vocês são o público certo, aqui não tem isso. É incrível estar em um festival cheio de diversidade. Para mim representa muito", declarou para a plateia que tinha pais com filhos pequenos, adolescentes em grupos e casais de jovens héteros e gays em total harmonia.
Com um pé na carreira internacional, a brasileira ainda fez questão de elogiar Demi Lovato. "Admiro a força e a história dela". Anitta se referia aos problemas de saúde enfrentados pela estrela pop internacional há alguns anos.
Demi sofreu com bulimia, ansiedade e o vício em álcool e cocaína. A superação depois de uma temporada de rehab resultou no disco "Confident", indicado ao Grammy 2017 na categoria de melhor álbum pop. A indicação, anunciada apenas quatro dias do show em São Paulo foi lembrada pelos fãs com plaquinhas que acabaram exibidas nos telões.
O último show da noite foi marcado pela histeria coletiva de fãs que, aos gritos, praticamente abafaram a potente voz da cantora e de suas duas backing vocals nas primeiras faixas. A tal geração Z provou que quando gosta, gosta de verdade de um ídolo, e cantou todas a plenos pulmões com Demi Lovato o repertório de uma hora e meia composto essencialmente de baladas.
"Oi", "tudo bem", "obrigada", "eu amo vocês" e "gostosa" foram as palavras em português ensaiadas por Demi Lovato, que ainda chegou a declarar em inglês "eu não sei o que vocês estão falando, mas parece muito bom" ao ouvir um insistente coro de "Demi, eu te amo".
Demi encerrou a maratona do Z Festival às 23h com "Skyscraper" e "Cool For The Summer", executadas no bis. Este pode ter sido um dos últimos show de Demi Lovato no Brasil, já que a estrela pop anunciou em outubro que pretende fazer uma pausa em sua carreira no ano que vem sem previsão de volta. Ícone, ela deixa mensagem de superação e respeito para a geração que a acompanha desde o início na carreira artística, em 2008.
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