Topo

Drake: "Eu não quero os Grammys porque 'Hotline Bling' não é rap"

Drake - Christopher Polk/Getty Images for iHeartMedia
Drake Imagem: Christopher Polk/Getty Images for iHeartMedia

Do UOL, em São Paulo

20/02/2017 17h37

O assunto negros e Grammy ganhou nova página neste final de semana com uma entrevista de Drake para a OVO Sound Radio da Apple Music. O artista, que não compareceu à cerimônia, disse não entender porque seu hit "Hotline Bling" concorreu (e ganhou) na categoria rap no Grammy deste ano.

Na entrevista, o artista, que é canadense e judeu, disse que se sentiu fora da comunidade negra quando começou a fazer sucesso nos Estados Unidos, mas para a indústria ele é negro. "As pessoas se referem a mim como um artista negro, ontem no Grammy, eu sou um artista negro. Aparentemente eu sou um rapper, mesmo que 'Hotline Bling' não seja um rap. A única categoria que eles conseguiram me encaixar foi na categoria de rap, também porque eu tenha feito rap no passado ou talvez porque eu seja negro. Eu não consigo entender por quê".

"Eu ganhei dois prêmios, mas eu nem os quero, porque só me sinto estranho com eles por alguma razão. Sinto-me quase alienado, ou como se estivessem tentando me alienar propositadamente, fazendo-me ganhar prêmios rap, ou me acalmar me entregando algo e me colocando nessa categoria porque é o único lugar onde eles acham que podem me colocar", continuou o cantor.

Drake também questionou o fato de seu hit “One Dance”, um dos maiores sucessos comerciais de 2016, ter ficado de fora da premiação, inclusive da categoria gravação do ano. “Eles têm obrigações pop, e eu tive o azar de ficar de fora. Eu fiquei de fora e tenho uma das maiores canções do ano que é uma música pop e estou orgulhoso disso. Eu amo o mundo do rap e adoro a comunidade de rap. Eu escrevo canções pop por um motivo. Eu quero ser como Michael Jackson. Eu quero ser como artistas em que me inspiro. Essas são músicas pop, mas eu nunca recebo qualquer crédito por isso”, afirmou.

Beyoncé e o Grammy

Essa não é a única polêmica com a premiação. Beyoncé liderou as indicações ao Grammy, concorrendo em nove categorias com "Lemonade", seu álbum mais ousado até o momento, que ela criou como uma celebração da resistência das mulheres afro-americanas.

Mas a cantora, de 35 anos, cuja turnê foi uma das mais lucrativas de 2016, levou apenas dois gramofones no domingo, perdendo mais uma vez nas categorias Gravação do Ano e Álbum do Ano.

Adele, cujo álbum "25" teve grande sucesso comercial com suas baladas melancólicas, pela segunda vez levou três dos principais Grammys, mas recebeu os aplausos dos fãs de Beyoncé após dizer que "Lemonade" merecia ganhar, "Minha opinião é, tipo, que diabos ela tem que fazer para ganhar o Álbum do Ano?", disse Adele a jornalistas após a premiação. "Obviamente, o visual é muito novo e o Grammy é muito tradicional, mas eu pensei que este seria o ano em que eles iriam nadar com a corrente".