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Causa da morte é concluída após 3 meses e George Michael pode ser enterrado

Do UOL, em São Paulo*

07/03/2017 11h35

Depois de quase três meses, o corpo do cantor George Michael finalmente poderá ser enterrado, já que não resta dúvidas sobre o que levou à sua morte, aos 53 anos, no dia 25 de dezembro de 2016. Segundo o legista Darren Salter, que investigou o caso e divulgou nesta terça-feira (7) o resultado, o artista morreu de "causas naturais".

Em termos médicos, Michael teve uma "miocardiopatia dilatada com miocardite e gordura no fígado". É um mau funcionamento do coração que pode ter causa hereditária, genética ou estar associada ao consumo de álcool e drogas. 

Ao longo de sua vida, o cantor protagonizou vários episódios envolvendo o consumo de álcool e drogas. As doenças mencionadas --coronárias e hepática-- no relatório final do legista podem ser o resultado do abuso das substâncias. Mas o médico afirmou que "não serão comunicadas mais novidades (sobre o caso)". 

Uma outra autópsia já havia sido realizada no corpo do cantor, em dezembro, mas deu resultados "não conclusivos" e, por isso, novos testes foram solicitados.

George Michael estava em sua casa em Oxfordshire, na Inglaterra, e foi encontrado pelo namorado, Fadi Fawaz. O namorado chegou a ser questionado pela polícia se George temia morrer de overdose e como foram as últimas horas do casal. Ele contou aos policiais ter dormido no carro na noite em que o cantor morreu.

O cantor trabalhava em uma edição de luxo do álbum "Listen Without Prejudice Vol 1" em celebração de seus 25 anos de lançamento. O álbum, que vendeu 8 milhões de cópias, foi responsável por uma briga dele com a gigante Sony Music, que ele acusou de escravizá-lo e de não divulgar o disco como merecia.

Uma vida cheia de polêmicas

Conhecido por hits como "Faith" e "Freedom! '90", Michael chegou a vender mais de cem milhões de discos ao longo de suas quatro décadas de carreira. Antes da carreira solo, ele criou, na primeira metade dos anos 1980, o duo pop Wham! com o amigo de escola Andrew Ridgeley. Juntos, lançaram hits como "Young Guns", "Wake Me Up Before You Go-Go" e "Careless Whisper".

Quando o Wham! estava ainda no auge, com sucesso internacional, Michael decidiu seguir carreira solo. Em 1987, lançou "Faith", seu primeiro disco solo, que tinha ainda hits como "Father Figure" e "Kissing a Fool", chegando a vender 20 milhões de cópias pelo mundo. Carregados de sensualidade, os videoclipes do álbum ajudaram a fortalecer a imagem de Michael como um dos grandes sex symbols do pop dos anos 1980.

Na vida pessoal, o cantor foi conhecido por uma rotina de excessos, com prisões por porte de drogas e por atentado ao pudor em um banheiro público de um parque. Já nos anos 1990, declarou publicamente sua homossexualidade e criou a música "Jesus to a Child" em homenagem ao estilista brasileiro e seu namorado Anselmo Feleppa, que morreu em decorrência da Aids. Mas, antes disso, teve namoros com mulheres, entres elas a atriz Brooke Shields ("A Lagoa Azul").

Em 2011, Michael foi forçado a cancelar uma série de shows para tratar uma pneumonia. Segundo a BBC, o cantor chegou a ser submetido a uma traqueostomia para conseguir respirar e chegou a ficar inconsciente durante sua estada no hospital.

Nada disso impediu que Michael continuasse a fazer planos na música. Recentemente ele chegou a anunciar que estava trabalhando em um novo álbum com o produtor e compositor Naughty Boy. Em março de 2017, planejava lançar um documentário batizado de "Freedom".

*Com informações de agências internacionais