Como Vance Joy desistiu do futebol e ganhou Taylor Swift como fã
Há seis anos, o cantor Vance Joy era outra pessoa --e isso não é mera força de expressão. Naquela época, o australiano James Keogh não gostava do próprio cabelo, fazia bico de jardineiro em Melbourne e estudava direito, após desistir de ser jogador de futebol profissional.
"Eu estava prestes a atingir um nível alto, se tornar um bom jogador. Mas a música vem de uma paixão mais antiga", conta o cantor, ao UOL, por telefone. Não demorou para desistir da faculdade, embora reconheça que conquistou fluência nas composições graças às leituras jurídicas. "Eu já gastava o tempo nas aulas escrevendo canções", confessa. "Quanto mais eu escrevia, mais eu sentia: 'Ok, posso seguir aqui'".
Hoje, próximo de completar 30 anos --ele faz aniversário em 1º de dezembro--, Vance Joy se apresenta pela primeira vez no Brasil no domingo (26), como uma das atrações do Lollapalooza Brasil e com o nome artístico, que pegou emprestado de um personagem mais velho e contador de histórias do livro "Bliss", de Peter Carrey.
Ostenta fãs do calibre de Taylor Swift e um orgulho especial pelos próprios cachinhos. "Vi um filme em que o personagem tinha os cabelos encaracolados e dizia: 'Curls get the girls' [cachos pegam garotas]", ele ri. "Gostei de ouvir isso. Queria alisar meu cabelo como outros garotos, mas abracei meus cachos."
Junto com o cabelo, ele também aceitou sua própria vocação e logo explodiu na Austrália. "Riptide", lançada em 2013 no EP "God Loves You When You're Dancing" se tornou a música que mais tempo ficou na parada no país e uma das favoritas de Taylor Swift, que, além de cantá-la nos shows, convidou o compositor para abrir algumas apresentações da turnê "1989".
Mal havia se acostumado com o sucesso em casa, e já dobrava a meta ao se apresentar em estádios. "Eu nem tinha lançado álbum ainda. E isso foi um choque para minha rotina. Mas me sinto feliz e sortudo", comemora.
Abrindo o coração
Com uma batida irresistível no ukulele, e versos que cita o clássico do cinema americano "Perdidos na Noite" (1969), a canção "Riptide" fala sobre um relacionamento a partir da visão de um homem inseguro: "E eu te amo quando você está cantando essa música / E me dá um nó na garganta / Porque você irá cantar as palavras erradas".
"Quando você escreve uma canção, você se expõe para as pessoas. Coloca um pedaço do seu cérebro, da sua personalidade. É corajoso colocar algo real. Colocar reais especificidades e sentimentos. É como se fosse um livro: você o abre e toca a canção", explica. Joy não dá muitos detalhes, mas conta que já prepara um novo volume de histórias em um novo disco, previsto para sair ainda este ano.
Mesmo que "Riptide" ou as outras canções do seu primeiro e até agora único disco, "Dream Your Life Away"(2014), não tenham ressoado da mesma maneira no Brasil, ele diz estar ansioso para conquistar alguns corações no Autódromo de Interlagos.
"Quando toco ao vivo, a canção já adquiriu outros significados na multidão. Já ganhou outras energias, embora eu ainda cante com paixão e convicção. Então quando você vê o público curtindo é como se fosse especial pela primeira vez", diz. Seja em um grande festival ou no circuito alternativo onde deu os primeiros passos. "Eu quero ser ouvido. Gosto do jeito que minha música chega às pessoas."
SERVIÇO
Lollapalooza Brasil 2017
Quando: 25 e 26 de março (sábado e domingo), a partir das 11h
Onde: Autódromo de Interlagos de São Paulo (Av. Sen. Teotônio Vilela, 261, Interlagos)
Quanto: Lolla Pass 2º Lote: R$ 920 (inteira); Lolla Day 2º Lote: R$ 590; Lolla Lounge: R$ 1.090 (inteira)
Ingressos: Bilheteria do Citibank Hall (Av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro), das 13h às 20h, e pela internet (lollapaloozabr.com/ingressos)
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