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Jimmy Eat World sem rótulos: "Era legal ser emo, e agora não é mais"

A banda Jimmy Eat World, famosa pela mistura de rock, emo e punk é uma das atrações do Lollapalooza - Divulgação
A banda Jimmy Eat World, famosa pela mistura de rock, emo e punk é uma das atrações do Lollapalooza
Imagem: Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

23/03/2017 04h00

Algumas bandas são facilmente identificadas pelo seu gênero musical. O Jimmy Eat World, atração de domingo (26) no Lollapalooza Brasil, é uma delas: para muitos, o grupo formado em 1993 é emo. Eles lançaram nove discos autorais e o último, "Integrity Blues" (2016), levou o som da banda para longe do estilo que a consagrou, numa mudança que, segundo o guitarrista Tom Linton, acompanhou a maturidade de seus fãs.

"Não acho que nossos fãs de 20 anos atrás continuem emo", acredita Tom Linton, em conversa com o UOL. "Muita gente ainda fala sobre nós como emo. Não podemos fazer nada para controlar os rótulos. No começo eu até achava bom: 'Ok, somos uma banda emo e tal'. Era legal ser emo, e agora não é mais". O guitarrista compara com o grunge, estilo consagrado pelo Nirvana. "Hoje ninguém mais é grunge. Somos uma banda de rock", declara.

A prova, segundo Linton, está no novo álbum, com letras que se afastam de temas emocionais. "Nosso estilo mudou. Nossas letras são como diários que registraram o que fazíamos em cada época de nossas vidas. Em 1996 falávamos de diversões, depois sobre relacionamentos ou como estávamos para baixo e sofrendo. Agora estamos mais maduros", diz o guitarrista de 41 anos.

O disco "Integrity Blues" é resultado de uma pausa que a banda fez na carreira em 2014. Linton aproveitou o período para começar a treinar boxe e abriu um bar chamado CaskWerks Distillery, no Arizona. Já o vocalista Jim Adkins lançou vários singles e seguiu uma breve carreira solo.

"Durante 20 anos tivemos essa vida louca de shows e estúdios. Ficávamos na estrada por um ano e depois voltávamos para o estúdio. Era muito legal, mas, quando paramos, tivemos um tempo para descansar e pensar nas coisas que fizemos. Quando voltamos, percebemos como era bom ficarmos juntos e começamos a compor com força total. Isso nos desafiou a fazer um disco diferente de tudo que fizemos", lembra o guitarrista.

Primeira vez no Brasil

O Jimmy Eat World, que tocou nas rádios brasileiras e na MTV "The Middle", tocará pela primeira vez por aqui. "Por muito tempo nossos fãs estão nos esperando no Brasil. Temos muitos fãs brasileiros e, por alguma razão, nunca fizemos shows no país. Estamos realmente empolgados. Tocar para uma plateia que nunca nos viu é muito diferente".

O guitarrista acredita que tocar em um festival com bandas de outros estilos pode ser bom. "Talvez um fã de Strokes ou Metallica não conheça a nossa banda, mas vai ouvir o nosso som e talvez curta e também vire nosso fã. É um desafio e gostamos de ser desafiados".